Diário de São Paulo
Siga-nos

CPMI do 8 de Janeiro: Viagem de Lula para Araraquara começa a ser investigada

Presidente realizou viagem não agendada ao interior de São Paulo levantando suspeitas sobre possíveis tentativas de criar um álibi para escapar de acusações de omissão

Lula em Araraquara no dia 8 de janeiro. - Imagem: Reprodução | TV Globo
Lula em Araraquara no dia 8 de janeiro. - Imagem: Reprodução | TV Globo

Marina Roveda Publicado em 12/06/2023, às 08h47


A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro está programada para realizar duas reuniões nos próximos dias, na terça-feira (13), e na quinta-feira (25). Durante esses encontros, serão analisadas as convocações e cerca de 285 dos 840 requerimentos apresentados. Um dos assuntos em pauta será a viagem do presidente Luiz Inácio Lulada Silva (PT) a Araraquara.

Lula visitou a cidade do interior paulista para expressar solidariedade após uma forte chuva ter causado a morte de seis pessoas. No entanto, sua passagem por lá não estava registrada na agenda oficial, o que despertou suspeitas da oposição. A intenção é investigar se essa viagem foi uma tentativa do atual chefe do Executivo de obter um álibi para se livrar das acusações de omissão durante os atos de vandalismo em Brasília.

Os parlamentares contrários ao governo alegam que o Palácio do Planalto tinha conhecimento da iminência de um ataque a prédios públicos na Praça dos Três Poderes e nada fez para impedir, visando acusar Jair Bolsonaro e seus apoiadores de tentativa de golpe de Estado.

Além disso, a comissão também se concentrará na investigação dos aluguéis de ônibus utilizados para transportar manifestantes a Brasília nos dias anteriores ao 8 de janeiro. O objetivo é verificar se alguém se beneficiou financeiramente com o dinheiro gasto no transporte.

Arthur Maia, presidente da CPMI, terá uma reunião com Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e relator do inquérito dos atos ocorridos no Distrito Federal. Essa audiência acontecerá antes da análise dos requerimentos e informações sigilosas que estão sob a guarda do Supremo.

"Queremos conduzir tudo em comum acordo. A investigação que está sendo realizada pela CPMI e aquela que está em andamento no âmbito do Supremo Tribunal Federal não são inimigas, mas sim complementares", declarou Maia.

Compartilhe  

últimas notícias