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Nepotismo?

'Bancada dos parentes': estudo aponta que 25% dos deputados de São Paulo tem parentes na política

Veja quais os principais nomes da "bancada" e seus partidos

'Bancada dos parentes': estudo aponta que 25% dos deputados de São Paulo tem parentes na política - Imagem: Agência Brasil
'Bancada dos parentes': estudo aponta que 25% dos deputados de São Paulo tem parentes na política - Imagem: Agência Brasil

Nathalia Jesus Publicado em 31/01/2023, às 10h38


Iniciam seus mandatos na Câmara a partir desta quarta-feira (01) 70 deputados federais eleitos no estado de São Paulo. Destes, 18 nomes - ou seja, 25% dos - possuem algum parente que já atua no meio político de alguma forma.

Os dados utilizados para estabelecer a "bancada dos parentes" foram levantados pelo Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap) e compilados pelo Metrópoles. Na pesquisa, foram considerados tanto parentescos em grau direto (pai, mãe, filho), quanto colateral (cônjuge, tios, primos).

Destaques da bancada

Entre os mais conhecidos da lista, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL) é o mais conhecido entre os eleitores paulistas. O parlamentar é o terceiro filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), irmão do senador Flávio Bolsonaro (PL) e irmão do vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (Republicanos).

O deputado Alexandre Leite (União) também figura a lista da "bancada dos parentes". Filho do vereador e do presidente da Câmara Municipal de São Paulo, Milton Leite (União), o irmão do parlamentar, Milton Leite Filho (União), é deputado estadual.

Novata na política, Rosângela Moro (União) é casada com o ex-ministro da Justiça Sergio Moro (União-PR), o ex-juíz também chegou a se candidatar para o cargo de senador do Paraná, mas não se elegeu.

Rodrigo Gambale (Podemos) inicia o seu primeiro mandato como político. Porém, sua família já tem um exemplo do exercício da função: Priscila Gambale (PSDB). O deputado federal eleito é irmão da prefeita de Ferraz de Vasconcelos, na Grande São Paulo.

Quintal de família

Dos deputados federais que assumem na próxima quarta-feira e possuem familiares na política, alguns terão o "privilégio" de cumprir o mandato junto com os parentes. Neste recorte se encaixam os irmãos Jilmar e Nilto Tatto, dois petistas. 

A família inteiramente do PT possui grande influência política. Os dois deputados federais também são irmãos dos vereadores paulistanos Jair e Arselino Tatto, além do deputado estadual reeleito Enio Tatto.

Também atuará com os parentes no gabinete ao lado, o deputado David Soares (União), irmão do parlamentar Marcos Soares (União). Ambos também são primos do deputado eleito no Rio de Janeiro Marcelo Crivella (Republicanos).

Nepotismo?

É respaldado por lei que os parlamentares podem ter parentes que também atuem no meio político. No entanto, é proibido que familiares e parentes sejam nomeados ou empregados em seus próprios gabinetes.

Tramita na Câmara desde 2019 um projeto de lei complementar que veta o ingresso de candidatos com parentes no Congresso a cargos eletivos. O projeto foi apresentado pelo deputado Joseildo Ramos (PT-BA).

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