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ECONOMIA

Alckmin manda indireta ao candidato à presidência argentino: "democracia atrai investimentos"

Javier Milei havia afirmado em uma entrevista que, se fosse eleito, não faria negociações com o Brasil

Geraldo Alckmin e Javier Milei. - Imagem: Divulgação / Cadu Gomes / VPR
Geraldo Alckmin e Javier Milei. - Imagem: Divulgação / Cadu Gomes / VPR

Marina Roveda Publicado em 19/09/2023, às 08h19


Geraldo Alckmin, presidente em exercício do Brasil e chefe do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, afirmou durante uma cerimônia nesta segunda-feira que o país está experimentando um momento econômico positivo. Alckmin destacou o que chamou de "tripé decisivo da economia", composto por juros, câmbio e impostos, afirmando que todos caminham para resultados positivos, incluindo o aumento do Produto Interno Bruto (PIB) e o crescimento econômico.

O presidente em exercício destacou que a taxa de câmbio está favorável, em torno de R$ 4,90, e permanece estável e competitiva. Ele também observou que as taxas de juros, embora ainda altas, estão em queda e devem continuar diminuindo. Alckmin mencionou que as taxas futuras já refletem essa tendência de redução. Além disso, ele ressaltou a importância da reforma tributária, que foi aprovada na Câmara dos Deputados e deve passar pelo Senado em outubro. Essa reforma tem o potencial de simplificar o sistema tributário brasileiro e desonerar os investimentos e as exportações.

Alckmin também elogiou o compromisso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em promover um desenvolvimento econômico sustentável e com estabilidade. Ele acredita que o Brasil apresenta oportunidades significativas de investimento a longo prazo, destacando a democracia como um fator que atrai investimentos devido à segurança jurídica e às regras estáveis para investidores.

 “São inúmeras oportunidades. E o mais importate: democracia. Democracia atrai investimento, segurança jurídica e regras estáveis para investimento”, concluiu. 

O novo PAC (Programa de Aceleração de Crescimento) foi anunciado como uma iniciativa do governo para impulsionar a economia. O plano prevê investimentos substanciais em todo o país, com aporte de recursos do Orçamento Geral da União, empresas estatais, financiamentos e do setor privado, totalizando R$ 1,7 trilhão ao longo de quatro anos. O programa abrange nove áreas de atuação, com foco na transição ecológica e na nova industrialização do Brasil, e estima-se que ele gere cerca de quatro milhões de empregos.

Javier Milei

O candidato à Presidência da Argentina, Javier Milei, conhecido por suas posições de extrema-direita, fez críticas contundentes ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e à situação comercial do Mercosul em uma entrevista à revista inglesa The Economist.

Milei descreveu Lula como um "socialista com vocação totalitária" em suas declarações à publicação internacional. Essa crítica reflete a visão do candidato sobre as políticas e a orientação ideológica do ex-presidente brasileiro.

Quando questionado sobre como seria sua abordagem em relação à China, caso fosse eleito, Milei afirmou que não gosta de "lidar com comunistas" devido à crença de que o comunismo não leva à melhoria das condições de vida. Ele acrescentou que nenhum sistema comunista promove a liberdade, mas, ao contrário, a destrói, o que o leva a não estabelecer relações com comunistas.

Além disso, Milei também comentou sobre o Mercosul, descrevendo-o como um "fracasso comercial". Essa crítica aponta para suas opiniões sobre o desempenho econômico do bloco regional sul-americano.

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