O Sindicato dos Servidores Públicos fez uma denúncia de emprego em condições degradantes
Vitória Tedeschi Publicado em 02/03/2023, às 17h17
Menos de uma semana após o resgate de 207 trabalhadores em situação análoga à escravidão nas vinícolas Salton, Aurora e Garibaldi, na Serra Gaúcha, o Sindicato dos Servidores Públicos de Joinville (Sinsej) protocolou, junto ao Ministério Público do Trabalho, uma nova denúncia de emprego em condições degradantes de terceirizados a serviço da prefeitura da cidade catarinense.
De acordo com o Correio Braziliense, a medida começou a circular na Justiça na última segunda-feira (27), e segundo a presidente da entidade, Jane Becker, 12 pessoas foram flagradas exercendo suas funções em situação subumana: comendo no chão de um canil.
"Talvez não seja tão grave quanto o caso do Rio Grande do Sul, mas não é aceitável, não está dentro da normalidade" disse a sindicalista.
Nós averiguamos que os trabalhadores eram levados em um caminhão baú fechado, inclusive na rodovia. Além do transporte inadequado, eles não têm nenhum equipamento de proteção individual (EPI). No almoço, comem em marmitas servidas no chão de um canil", explicou Jane ao Correio Braziliense.
Ainda de acordo com o Correio, os trabalhadores são de uma empresa terceirizada que presta serviço para a Prefeitura de Joinville em uma obra em um prédio público. A presidente do Sinserj conversou com os terceirizados e identificou até mesmo pessoas vindas de outros países.
Ela conta ainda que descobriu existir um desconto de R$ 800 no salário deles, valor usado para alimentação e transporte. "É desumano ter esta quantia enorme descontada e ser transportado dentro de caminhão baú e almoçando no chão do canil", afirma.
Por meio de nota, a prefeitura do município disse que está apurando as denúncias de trabalho em situação análoga à escravidão. "Assim que recebeu o relato de uma possível ausência de condições de trabalho aos profissionais contratados pela Construtora Azulmax Ltda. para a realização da obra do Centro de Bem Estar Animal de Joinville (CBEA), a Prefeitura de Joinville emitiu notificação formal à empresa solicitando informações detalhadas e determinando a paralisação imediata da obra até que todos os questionamentos sejam respondidos", salienta a nota da administração do município.
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