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Polícia descobre novos indícios de tortura e maus-tratos em crianças em escola de SP; saiba mais

O caso está sendo investigado pela Polícia Civil e Ministério Público

Os crimes contra as crianças aconteceram na Escola Colmeia Mágica, na Zona Leste de São Paulo - Imagem: Reprodução/TV Globo
Os crimes contra as crianças aconteceram na Escola Colmeia Mágica, na Zona Leste de São Paulo - Imagem: Reprodução/TV Globo

Mateus Omena Publicado em 26/08/2022, às 18h23


A Polícia Civil informou que exames de corpo de delito comprovaram lesões nas pernas e nos braços de pelo menos duas crianças que frequentavam a Escola Infantil Colmeia Mágica, na Zona Leste de São Paulo.

As investigações estão ocorrendo junto com o Ministério Público (MP).

Os investigadores informaram que as agressões contra as crianças também foram confirmadas por depoimentos de testemunhas e outras provas. Ao todo, nove alunos (duas meninas e sete meninos) foram vítimas de tortura e outras violências usadas como “castigo” pelas donas da escola.

As autoras dos crimes, as irmãs Roberta e Fernanda Serme, estão presas preventivamente por decisão da Justiça acusadas pelos crimes. Uma funcionária da Escola Infantil Colmeia Mágica, chamada Solange Hernandez, também responde pelas mesmas acusações, mas em liberdade.

O julgamento delas ainda não foi marcado.

No dia 15 de março, foram revelados vídeos que mostravam crianças chorando e amarradas em lençóis, presas a cadeirinhas de bebês dentro de um banheiro da escola de educação infantil. As imagens viralizaram nas redes sociais e chocou os internautas.

Para o Ministério Público "em razão da aplicação desses 'castigos', por ser mantido preso por longo período numa cadeira pequena", uma das crianças "acabou sofrendo ferimentos", de acordo com uma foto, "tirada pela própria família do menor, sendo constatadas lesões corporais de natureza leve, conforme laudo de corpo de delito", informou o portal G1.

A perícia também constatou que um outro bebê, "por ficar muito tempo imobilizado no bebê conforto", "acabou se lesionando algumas vezes".

Os investigadores informaram também que encontraram ainda no celular apreendido de Roberta Serme a foto de um bebê chorando, preso por um cinto em uma cadeirinha e sujo de fezes. A imagem estava no aparelho desde 3 de março, segundo o MP.

Em maio, a Justiça aceitou a denúncia do Ministério Público e as duas donas da escola se tornaram rés, além de Solange Hernandez, por tortura e outros crimes contra nove crianças.

As três mulheres também são acusadas por maus-tratos, associação criminosa, perigo de vida e constrangimento.

Procurado pela imprensa, André Dias, o advogado das irmãs Fernanda e Roberta Serme declarou nesta sexta-feira (26) que os exames feitos pela polícia não comprovam que as crianças sofreram lesões na escola.

"Tenho todos os laudos e nenhum deles aponta lesão sofrida na escola", disse.

Já a defesa de Solange informou que não irá se pronunciar.

"As lesões estão comprovadas com juntadas de prontuários médicos e imagens que estão no inquérito policial", disse a advogada Ana Carolina Badaró, que defende os interesses da mãe de uma das vítimas. "O que leva a crer que as lesões ocorreram dentro da escola. Não temos dúvidas disso".

Roberta e Fernanda Serme estão presas na penitenciária feminina de Tremembé, no interior de São Paulo, por questões de segurança, segundo a polícia.

Anteriormente, as irmãs não apenas atrapalharam a investigação, como também se mudaram de suas casas sem informarem os novos endereços à Justiça.

A defesa das irmãs Serme entrou com um pedido de habeas corpus, mas foi rejeitado pela Justiça. Já Solange compareceu à delegacia que investiga o caso e colaborou com a apuração e por isso não foi presa.

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