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Investigação

Pai de cabo do exército está foragido desde 2019

O homem é pai do cabo do Exército Vagner da Silva Tandu suspeito de envolvimento no furto de 21 metralhadoras

O homem é pai do cabo do Exército Vagner da Silva Tandu suspeito de envolvimento no furto de 21 metralhadoras - Imagem: Reprodução/Freepik
O homem é pai do cabo do Exército Vagner da Silva Tandu suspeito de envolvimento no furto de 21 metralhadoras - Imagem: Reprodução/Freepik

Ana Rodrigues Publicado em 31/10/2023, às 11h09


Valmir da Silva Tandu, pai do cabo do Exército Vagner da Silva Tandu, suspeito de envolvimento no furto de 21 metralhadoras do Arsenal de Guerra de Barueri na Grande São Paulo, é procurado pela polícia paulista desde 25 de março de 2019.

Segundo reportagem do UOL, Valmir foi condenado a 12 anos de prisão, acusado de participar do homicídio do colega de trabalho Gilmário Alves Teixeira, em 27 de janeiro de 2008, na região de Osasco, também na Grande São Paulo. A vítima foi morta a tiros por Edicélio Alves dos Santos, por conta de uma dívida de R$3 mil.

O autor dos disparo recebeu uma sentença de 16 anos e também encontra-se foragido. Na época foi absolvido no primeiro julgamento no Tribunal do Júri, porém acabou condenado em um segundo julgamento. Ele também foi acusado de ter ajudado o parceiro na fuga. Os réus e a vítima trabalhavam juntos.

Policiais civis querem saber se Valmir tem ou não envolvimento na intermediação da venda das armas para criminosos. Até o momento, não há nenhuma prova contra ele nesse sentido.

Dias atrás, a família do cabo procurou um advogado para defendê-lo das acusações. A situação de Vagner Tandu é complicada. O Exército pediu a prisão preventiva dele e de outros cinco militares pelo furto das armas. A decisão judicial deve sair ainda nesta semana.

O Vagner Tandu nasceu em 20 de abril de 2000 e foi promovido a cabo em maio de 2022. Após saber que poderia ser preso preventivamente, ele desapareceu por 24 horas e só retornou ao quartel na sexta-feira (27), com advogado, apresentando atestado médico e alegando estar em tratamento psiquiátrico.

Segundo investigações do Exército, Tandu era motorista do tenente-coronel Rivelino Barata de Sousa Batista. O oficial era diretor do Arsenal de Guerra, mas foi exonerado depois do escândalo do sumiço das armas. O coronel Mário Victor Braga Júnior foi nomeado para ocupar o cargo dele.

Um IPM (Inquérito Policial Militar) foi instaurado para apurar as circunstâncias do furto. As investigações apontam que o cabo foi quem transportou as armas do arsenal, em veículo do Exército, até as mãos de criminosos.

Os investigadores apuraram que Tandu contou com a ajuda dos outros cinco militares. Eles cortaram intencionalmente a luz do depósito onde estava o armamento e com isso as câmeras de segurança ficaram desligadas. Depois romperam um lacre no local e colocaram as metralhadoras no veículo oficial.

A perícia encontrou impressões digitais de Tandu no depósito de armas. O Exército informou que o cabo não tinha autorização para entrar lá. Os responsáveis pelo IPM acreditam que Tandu se aproveitou do livre acesso porque era homem de confiança do diretor. Rivelino não é investigado.

Oito armas foram encontradas no bairro Gardênia, zona oeste do Rio de Janeiro, e foram deixadas em um veículo por integrantes do CV (Comando Vermelho). Em São Roque, no interior paulista, foram recuperadas mais nove metralhadoras. O secretário estadual da Segurança Pública, Guilherme Derrite, disse que o armamento iria para criminosos ligados ao PCC (Primeiro Comando da Capital).

Nas duas apreensões — em São Paulo e no Rio de Janeiro— ninguém foi preso e os detalhes de como os policiais dos dois estados chegaram ao armamento não foram revelados. Até agora as quatro metralhadoras restantes ainda não foram recuperadas.

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