Diário de São Paulo
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Violência contra menor

Mãe faz escândalo em missa após padre assediar seu filho

A Igreja tomou medidas severas contra o pároco por causa de sua conduta

O arcebispo metropolitano de Natal anunciou sua decisão quanto ao caso - Imagem: Freepik
O arcebispo metropolitano de Natal anunciou sua decisão quanto ao caso - Imagem: Freepik

Mateus Omena Publicado em 21/10/2022, às 14h11


Um padre foi denunciado recentemente por assédio sexual a um adolescente na sacristia da igreja onde atuava. O caso aconteceu em Natal, no Rio Grande do Norte, e está sendo investigado pela Polícia Civil.

Iranildo Augusto de Assis foi suspenso das funções por determinação da Arquidiocese de Natal. Ele atuava em São Gonçalo do Amarante (RN).

De acordo com a polícia, ele é suspeito de ter abusado de um garoto de 14 anos. A mãe da vítima registrou um boletim de ocorrência para denunciar a suposta violência. O caso ainda está sendo investigado.

Em entrevista à TV Ponta Negra, afiliada do SBT, a mãe relatou que o filho e o sacerdote chegaram a trocar mensagens pelo WhatsApp e que o jovem contou a ela que o sacerdote beijou o pescoço e chupou sua orelha dentro da sacristia da igreja, no último domingo (16). Segundo a mulher, o assédio aconteceu logo depois da missa.

"Ele me disse: 'Mãe, o padre me assediou'. [...] Daí fui caminhando com ele até o carro, eu tremendo, ele começou a chorar". ".

A mãe também contou que o filho havia reclamado que o padre teria se aproximado dele e pedido por um abraço, o que ele até então achou normal. No entanto, em seguida, o sacerdote não teria se contentado apenas em abraçar o adolescente.

“Perguntei como foi, o que ele fez. Aí ele disse: 'Mãe, foi assim. Eu estava no dízimo e fui tomar água. Aí entrou o padre, depois uma outra pessoa que falou com ele, que logo saiu. [...] Ele me abraçou, só que ele me apertou, me acariciou, depois lambeu, chupou minha orelha e depois foi me encostando na parede. Eu fiquei afastando ele. E ele insistindo em beijar meu pescoço. Mas aí consegui sair'”, explicou a mãe da vítima.

Após ficar devastada com a revelação do filho, a mãe interrompeu a missa seguinte para confrontar o padre.

"Subi no altar, pedi para falar, mas ele olhou para mim e continuou no microfone. Então comecei a gritar, dizendo que o padre induziu meu filho a vir para a igreja, levava meu filho para lanchar e hoje assediou meu filho".

Conversas íntimas

Em casa, o garoto mostrou as conversas que vinha tendo com o religioso no aplicativo de mensagens. Em uma delas, o padre pergunta se o adolescente prefere se relacionar com homem ou com mulher. Já o garoto responde ser hétero.

Em outra conversa, ele pede que o jovem vá até a casa dele, esperar por outra pessoa que iria entregar uns papéis. O padre então diz que está na cama, deitado, e insinua que está "como veio à Terra".

Por outro lado, a mãe contou que começou a desconfiar do comportamento do sacerdote há alguns meses. "Eu já tinha alertado meu filho desde o começo, quando ele começou a falar desse padre. Ele levava ele [o filho] para lanchar. Outro dia ele disse que o padre ofereceu R$ 200 para ele trabalhar na coleta do dízimo".

Medidas tomadas pela Igreja

Na última terça (18), o arcebispo metropolitano de Natal, dom Jaime Vieira Rocha decidiu afastar o padre Iranildo Augusto de Assis e apoiou a abertura de uma instauração para investigar o caso.

"A dimensão e a gravidade da denúncia obrigam a assumir o compromisso pela verdade, justiça e reparação dos danos. Nesse sentido, a Arquidiocese de Natal se colocará à disposição das autoridades civis para que o caso seja elucidado em vista do bem das partes e da própria Igreja. Rogamos a intercessão de Nossa Senhora da Apresentação para que tudo seja esclarecido e reine a paz nos corações", afirma o arcebispo, em nota.

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