Ela foi encontrada sem vida durante a última sexta-feira (10)
Thais Bueno Publicado em 17/03/2023, às 18h02
Na última sexta-feira (10), uma mulher trans foi encontrada morta, de forma brutal, em um galpão de entulhos no bairro do Santos Dumont, localizado em Maceió, capital do estado Alagoas (AL). Ela foi achada sem vida depois de ter ficado desaparecida por três dias inteiros.
De acordo com informações apuradas pelo G1, a vítima foi identificada como sendo Joyce Kelly. Em entrevista, a prima da mulher, Juliana Maria, explicou que Joyce saiu de casa no último dia 7 de março, afirmando que estava indo verificar se havia sido aprovada no requerimento do Bolsa Família (programa social do Governo Federal).
Contudo, depois de deixar a casa naquele dia, ela nunca mais foi vista com vida.
"Ela mora com a mãe, disse que iria ver se passou no Bolsa [Família]. Minha tia até tentou insistir para elas irem juntas, mas não adiantou. Todo mundo ficou preocupado porque ela saiu de casa para ver isso, mas não levou os documentos, não levou o celular", detalhou a prima em relato ao veículo já mencionado acima.
A prima da vítima ainda acrescentou que Joyce não tinha o costume de passar dias longe da residência, muito menos sem aviso prévio.
Joyce Kelly tinha apenas 19 anos de idade e já estava há dois anos realizando o processo de transição de gênero. Além disso, segundo o G1, ela também trabalhava como garota de programa.
"Ela usava a peruca dela, colocava vestido, mas também se vestia com roupas de homem. Aqui na família a gente se preocupava com a violência e com o risco por causa do trabalho dela", contou a prima.
No momento, a Polícia Civil e a Delegacia de Homicídios estão trabalhando em conjunto para resolver o caso. Eles estão trabalhando com duas linhas de investigação: a primeira é que a vítima foi morta com diversas facadas enquanto estava se prostituindo.
No entanto, essa "teoria" tem uma falha: Thiago Prado, delegado responsável, comentou que a peruca com a qual a moça trabalhava não foi encontrada no local do crime.
Por conta disso, os agentes estão propondo uma segunda linha, a de que ela teria ido até o local do assassinato para consumir drogas ou, até mesmo, para manter relações sexuais fora de seu trabalho.
"Conforme achado cadavérico, ela não estava com a peruca. Nós fizemos busca pelo local e também não encontramos. O local onde ela foi achada era um terreno baldio utilizado para a prática de prostituição e de consumo de drogas. O inquérito está em andamento, mas estamos trabalhando com duas linhas de investigação. Pela circunstância dos fatos, ao que parece, a vítima chegou voluntariamente à localidade para consumir drogas ou para ter relação sexuais".
O corpo de Joyce Kelly passou por análise da perícia do Instituto Médico Legal (IML) e os profissionais constataram que ela foi espancada. A Polícia Civil também foi capaz de descobrir que ela teria tentado se defender das facadas com as quais foi atingida.
"O corpo foi encontrado com múltiplas lesões provocadas por arma branca, inclusive lesões de defesa. [...] houve luta corporal e a vítima foi assassinada", afirmou o delegado Thiago Prado.
O caso segue sob investigação das autoridades responsáveis, que inclusive pediram imagens de câmeras de segurança da região para ver se conseguem identificar o suspeito do assassinato da mulher trans.
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