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Crime

Menina de 11 anos que teve aborto negado no Piauí engravida novamente por estupro

Um ano depois de dar à luz após ter sido estuprada e ter o direito ao aborto negado, a criança está grávida de novo

De acordo com a família, criança está no terceiro mês de gestação e foi vítima de outro parente - Imagem: reprodução Pixaby
De acordo com a família, criança está no terceiro mês de gestação e foi vítima de outro parente - Imagem: reprodução Pixaby

Vitória Tedeschi Publicado em 11/09/2022, às 09h07


Um anos depois de dar à luz após ter sido vítima de estupro e ter o direito ao aborto negado, a criança de 11 anos está grávida novamente. Pela segunda vez a gravidez é fruto de um abuso sexual.

Foi constatado que a garota está com três meses de gestação através de um exame realizado na última sexta-feira (9), no Serviço de Atendimento às Mulheres Vítimas de Violência, da Maternidade Dona Evangelina Rosa, em Teresina.

O primeiro estupro aconteceu em janeiro de 2021, quando ela tinha 10, por um primo de 25 anos, em um matagal. Ele foi assassinado pouco tempo depois, mas os parentes dizem não saber o motivo. A mãe da criança, uma mulher de 29 anos, informou que na época o médico apontou riscos de morte no procedimento de interrupção da gravidez e, por isso, ela seguiu com a gestação.

Atualmente, a menina vive em um abrigo em Teresina, a cerca de um mês, por ter uma relação conflituosa com os pais. A mãe da garota, inclusive, disse que soube há poucos dias que o crime foi praticado por um tio enquanto ainda morava com a família.

De acordo com a conselheira tutelar Renata Bezerra, que acompanha o caso, a gravidez foi descoberta após perceberem que a menina não estava menstruando e se comportava de forma arredia. “Foi um susto, um choque.”, afirmou Bezerra.

Contudo, ela conta que considerando que o primeiro abusador da menina de 11 anos foi um parente, o fato de terem mantido essa criança por tanto tempo em um núcleo familiar que representava claramente um risco para ela é preocupante.

“A menina já vive um trauma da primeira gravidez, não tem condições de cuidar de mais uma criança. Ela está sem dormir, perdendo sua infância. Mas a mãe não autorizou o aborto”, disse Renata.

Direito ao aborto

A lei brasileira permite aborto em casos de estupro e risco de morte para a gestante e uma decisão judicial estendeu a permissão para os casos de anencefalia do feto.

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