Diário de São Paulo
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Flagrantes mostram 'gangue do mata-leão' apontando arma e espancando pedestres no Brás

Além de roubarem, os criminosos imobilizam vítimas e batem nelas

Sequência de imagens mostra assalto violento no Brás, no Centro de SP - Imagem: Reprodução | TV Globo
Sequência de imagens mostra assalto violento no Brás, no Centro de SP - Imagem: Reprodução | TV Globo

G1 Publicado em 27/07/2022, às 08h33


Flagrantes exclusivos exibidos nesta terça-feira (26) pelo Bom Dia São Paulo, da TV Globo, mostram uma quadrilha formada por homens e mulheres assaltando diversas pessoas no entorno da estação Brás da CPTM, no Centro de São Paulo.
Em seis dias, foram gravados em vídeo 18 assaltos violentos, sem falar nos roubos que não foram registrados pelas câmeras.
Nas imagens, é possível ver o clima de terror que vivem os trabalhadores da região. Além de roubarem todos os pertences das vítimas, os criminosos as imobilizam pelo pescoço – numa espécie de "mata-leão" – e, depois, batem nelas.
O produtor da TV Globo presenciou pelo menos dez crimes por noite no mesmo local, a Praça Agente Cícero.
Depois da divulgação das imagens, as polícias Civile Militar de São Pauloanunciaram que seis suspeitos foram presos e uma adolescente foi apreendida. Outros oito suspeitos foram identificados e são investigados pela polícia.

Assalto no 1º dia de trabalho
Uma das vítimas da quadrilha conta que foi assaltada e agredida no primeiro dia de emprego novo na região e que, após as agressões, tem dificuldades de fazer coisas básicas como comer, tomar banho e enxergar.

“Não posso sorrir, não enxergo. Tenho dificuldade para comer, tenho dificuldade para tomar banho, tenho dificuldade para andar, meus braços doem muito, minhas costas doem muito, meu peito dói muito. E tenho dificuldade pra dormir também”, disse o homem, que tem medo de se identificar.
O rapaz é o que aparece no vídeo de jaqueta preta e mochila, voltando pra casa, por volta da meia-noite. Nas imagens é possível ver que uma mulher da gangue sinaliza para os comparsas, indicando que ele será a vítima.
Rapidamente a quadrilha entra em ação. Os ladrões, então, seguem o rapaz. Ele é enforcado e jogado no chão.

“Aí eles começaram a me chutar, me chutar, me chutar . E pegaram meu celular, pegaram minha carteira, pegaram tudo. Eu comecei a chutar a perna deles enquanto estava no chão e aí eles começaram a me bater mais. Na hora que foram puxar a bolsa, eu segurei e puxei, e não queria deixar de jeito nenhum. E eles me chutaram mais. Rasgou a alça da bolsa e eles levaram. Ainda falaram pra mim: 'não vem atrás'”, contou a vítima.

Mesmo machucado, o rapaz conseguiu andar até uma base da polícia, que fica a 200 metros do local do assalto. No local, ele esperava ter ajuda. Mas ficou duas horas deitado na calçada, esperando uma ambulância.
Segundo a vítima, os policiais disseram que não podiam sair da base e ainda perguntaram se ele estava bêbado.  
O homem foi apenas mais uma vítima da violência em São Paulo. Em junho, os roubos aumentaram 13%, na comparação com o ano passado. Foram mais de 20 mil casos registrados em todo o estado.
Na capital, aumento ainda maior: 15%.
Em outra imagem flagrada pela reportagem, um grupo de homens parecem só conversar. Segundo a polícia, todos fazem parte de uma mesma quadrilha.
Um casal é surpreendido por esses criminosos. Enquanto um deles dá socos e chutes na cabeça do rapaz, outros três pegam celular e carteira. Em seguida, o trio foge.
Outra vítima trabalha em uma lanchonete do bairro. Ele estava chegando ao serviço quando foi surpreendido.  O bandido, vestindo roupa branca, dá um soco no rapaz. Levaram o celular e o uniforme do trabalho.

“[Roubaram] só a minha roupa de trabalho e o meu celular. Ainda bem que não levaram o bilhete, porque é a única coisa que eu tenho. Na hora, ele deu três socos. Eu nem acreditei”, contou.

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