Diário de São Paulo
Siga-nos
Agressão

Equipe de reportagem do Estadão é agredida durante cobertura da tragédia em São Sebastião

O caso foi enviado ao Observatório da Violência contra Jornalistas

Equipe de reportagem do Estadão é agredida durante cobertura da tragédia em São Sebastião - Imagem: divulgação / Defesa Civil
Equipe de reportagem do Estadão é agredida durante cobertura da tragédia em São Sebastião - Imagem: divulgação / Defesa Civil

Nathalia Jesus Publicado em 22/02/2023, às 09h30


Na última terça-feira (21), um grupo de moradores de um condomínio de luxo em São Sebastião agrediu verbal e fisicamente repórteres do jornal, O Estado de S. Paulo, o Estadão, durante a cobertura da tragédia causada por fortes chuvas na região nos dias 18 e 19 de fevereiro.

Um dos moradores teria obrigado o repórter fotográfico Tiago Queiroz a apagar as fotos das ruas alagadas do condomínio e os registros de carros danificados no local. A repórter Renata Cafardo teria sido empurrada por um outro morador em um alagamento, o agressor também teria tentado roubar o celular da profissional.

De acordo com informações do Estadão, os jornalistas foram autorizados por um funcionário e outros moradores do condomínio Vila de Anonan a entrarem no local e fazerem a reportagem.

No entanto, quando esse grupo viu os jornalistas, iniciaram uma série de comentários hostis contra os profissionais. Além de utilizarem palavrões, o grupo também acusou o jornal de ser "comunista e esquerdista". Depois dos xingamentos, passaram a empurrar os repórteres e tentar retirá-los do local.

Queiroz foi cercado e teve a câmera puxada por um dos moradores. Em seguida, outra pessoa do grupo tentou pegar o celular da mão de Renata Cafardo. Sem sucesso, o morador empurrou a jornalista para um alagamento, onde a profissional caiu. A agressão só parou depois que outros moradores passaram pelo local e seguraram o agressor.

Apesar de ter sido obrigado a apagar os registros, Queiroz conseguiu salvar os arquivos em um cartão de memória. Além das fotos das ruas alagadas, o jornalista também conseguiu imagens dos agressores, mas ainda não tem a identificação deles.

De acordo com os repórteres, o grupo era formado por cinco homens e uma mulher. Um deles se identificou como sub síndico do condomínio. O Vila Anonan tem 30 casas no total, em média com 315 metros quadrados e piscina privativa, cada residência é anunciada por R$ 3,5 milhões.

Na útlima terça-feira, Flávio Dino, ministro da Justiça, comunicou que o caso envolvendo a equipe de reportagem do Estadão foi encaminhado para o Observatório da Violência contra Jornalistas, para o acaompanhamento das providências legais visando à proteção da liberdade de imprensa.

Em nota, a Assossiação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) condenou os ataques à equipe do Estadão. “É inadmissível que profissionais de imprensa sejam atacados por exercerem seu papel de levar para a sociedade informações de interesse público. A Abraji se solidariza com os jornalistas agredidos e exorta as autoridades locais a identificar e responsabilizar os agressores”, disse o órgão.

Compartilhe  

últimas notícias