Diário de São Paulo
Siga-nos
Perigo!

Culto às armas e ideias extremistas alertam para novos ataques em escolas

O alerta surgiu após o ataque a escola da Vila Sônia, onde uma professora foi assassinada

Culto às armas e ideias extremistas alertam para novos ataques em escolas - Imagem: reprodução g1
Culto às armas e ideias extremistas alertam para novos ataques em escolas - Imagem: reprodução g1

Vitória Tedeschi Publicado em 30/03/2023, às 10h00


Após a tragédia que aconteceu na Escola Estadual Thomazia Montoro, na Vila Sônia, em São Paulo, na manhã da última segunda-feira (27), em que a professora Elisabeth Tenreiro, de 71 anos, morreu esfaqueada por um aluno de 13 anos, pais e especialistas entraram em alerta para novos ataques.

Na última quarta-feira (29), por exemplo, um aluno ameaçou realizar um novo ataque na capital. Desta vez, o caso aconteceu na Escola Municipal Tom Jobim, que fica em Santana de Parnaíba, região metropolitana de São Paulo.

A suspeita surgiu após o pai de uma menina que está no 1º ano do ensino fundamental, já em alerta pelo recente acontecimento, encaminhar uma publicação realizada pelo jovem no último sábado (25), onde ameaçava cometer a atrocidade.

Em entrevista a Natuza Nery, no Podcast do g1: O Assunto, Telma Vinha, que é professora da Faculdade de Educação da Unicamp, atribui a repetição dos ataques, ou mesmo de tentativas, à disseminação de ideias extremistas, discurso de ódio e culto às armas entre jovens.

Isso está cada vez mais na superfície da internet", afirma Telma.

A professora, que também é coordenadora do grupo de ética, diversidade e democracia na escola pública, ressalta ainda que as redes sociais têm possibilitado o acesso a ambientes fortalecidos por discursos de ódio.

"A gente vê um aumento da cultura da violência, um discurso social autorizando o tratamento dos conflitos pela violência, não pela palavra", diz ela.

Além disso, Telma cita como exemplo que Elizabeth, a professora morta no ataque de segunda-feira (27), havia tentado apartar uma briga na qual o autor do atentado cometeu racismo contra outro aluno da escola. O que poderia ter motivado o crime.

Por fim, segundo ela, a disseminação de discursos de ódio contra minorias tem encorajado atos agressivos. "É como se estivesse dando permissão para agir".

Compartilhe  

últimas notícias