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Crime

CASO HENRY BOREL: relembre detalhes chocantes do assassinato do menino de 4 anos

O crime brutal foi tema do terceiro episódio do Linha Direta

CASO HENRY BOREL: relembre detalhes chocantes do assassinato do menino de 4 anos - Imagem: reprodução Twitter
CASO HENRY BOREL: relembre detalhes chocantes do assassinato do menino de 4 anos - Imagem: reprodução Twitter

Manoela Cardozo Publicado em 19/05/2023, às 12h04


Na última quinta-feira (18), o programa 'Linha Direta' da TV Globo trouxe a história trágica de Henry Borel Medeiros, um menino de apenas 4 anos que faleceu em 8 de março de 2021, na região oeste do Rio de Janeiro.

De acordo com informações do Estadão, sua mãe, Monique Medeiros, e seu padrasto, Jairo Souza Santos, conhecido como Doutor Jairinho, estão enfrentando um processo judicial por homicídio e aguardam ser julgados por um júri popular, mesmo que a data ainda não tenha sido marcada.

A exibição do programa só foi possível depois de uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que derrubou uma liminar concedida pela Justiça do Rio de Janeiro que proibia a Rede Globo de transmitir o programa.

Relembre o caso

Henry nasceu em 03 de maio de 2016 e era filho da professora Monique Medeiros Costa e Silva, atualmente com 34 anos, e do engenheiro Leniel Borel de Almeida, de 38 anos.

O casal se conheceu em 2011 e teve um relacionamento que durou até o início de 2020. Em agosto daquele ano, Monique conheceu Jairo de Souza Santos, médico e vereador do Rio de Janeiro, conhecido como Doutor Jairinho, que hoje tem 45 anos.

Monique e Jairinho começaram a namorar e em outubro daquele ano ela e seu filho foram morar com ele em um apartamento na Barra da Tijuca.

Leniel, pai de Henry, mantinha uma convivência frequente com o filho e passou o primeiro domingo de março de 2021, no dia 07, com ele.

À noite, Leniel levou Henry de volta para a casa de Monique, onde ela afirmou à polícia que deu banho na criança e a colocou para dormir.

Monique e Jairinho foram para o quarto ao lado assistir TV e dormiram. Ela relatou ter acordado por volta das 3h30 da madrugada com o barulho da TV e, ao verificar o quarto onde Henry dormia, encontrou-o caído no chão, com as mãos e os pés gelados e os olhos revirados.

Monique disse à polícia que acordou Jairinho, mesmo que tenha mudado sua versão pouco tempo depois, alegando que foi Jairinho quem acordou primeiro, viu Henry e chamou por ela.

O casal levou a criança para o Hospital Barra D'Or, onde foi confirmada a morte de Henry. Os médicos que o atenderam constataram que ele já havia chegado ao hospital sem vida. A autópsia revelou que Henry tinha 23 lesões pelo corpo e a causa da morte foi determinada como hemorragia interna por causa de uma laceração hepática.

O enterro de Henry ocorreu em 10 de março de 2021, no cemitério do Murundu, na zona oeste do Rio. Jairinho e Monique foram temporariamente presos em 08 de abril de 2021, acusados de obstruir as investigações e ameaçar testemunhas.

De acordo com a Polícia Civil, ao saberem da chegada da polícia, o casal tentou se desfazer de seus celulares.

Em um dos aparelhos de Monique, foi encontrada uma conversa de dois meses antes na qual a babá Thayná Ferreira relatava queixas e machucados de Henry à mãe, inclusive mencionando uma agressão praticada por Jairinho que deixou a criança mancando. A babá também mencionou ameaças feitas por Jairinho a Henry.

A Polícia Civil concluiu que Jairinho agredia o enteado e que Monique tinha conhecimento da situação pelo menos desde fevereiro de 2021.

Jairinho foi indiciado por tortura e homicídio duplamente qualificado, enquanto Monique foi indiciada por tortura na forma omissiva.

Em maio de 2021, o Ministério Público do Estado do Rio denunciou Jairinho por homicídio triplamente qualificado, tortura e fraude processual, e Monique foi denunciada por homicídio, tortura, falsidade ideológica, fraude processual e coação de testemunha.

Durante o processo, a juíza Elizabeth Machado Louro, do 2º Tribunal do Júri do Rio de Janeiro, absolveu Monique dos crimes de tortura, falsidade ideológica e fraude processual, mas determinou que ela seja julgada pelo homicídio e pela coação de testemunha.

Jairinho foi absolvido do crime de fraude processual, mas também enfrentará um júri pelos crimes de homicídio e tortura contra Henry.

Jairinho está detido preventivamente na penitenciária Pedrolino Werling de Oliveira, conhecida como Bangu 8, localizada no complexo penitenciário de Gericinó.

Em dezembro de 2021, Jairinho teve seu mandato de vereador cassado e, em março de 2023, perdeu definitivamente sua licença profissional como médico.

Ele nega veementemente as acusações relacionadas à morte de Henry, declarando em depoimento à Justiça em junho de 2022: "Juro por Deus que nunca encostei em uma criança na minha vida".

Monique foi libertada da prisão em abril do ano passado, mas voltou a ser presa em junho do mesmo ano. Desde agosto de 2022, ela está em liberdade aguardando o julgamento.

Monique é funcionária da secretaria municipal de Educação do Rio e voltou a trabalhar em dezembro em uma função administrativa, mas em janeiro foi afastada e está sendo investigada em uma sindicância da pasta por suspeita de irregularidades no preenchimento do registro de frequência.

Ela também alegou inocência e negou ter sido negligente na proteção de Henry contra Jairinho, posição que manteve durante seu depoimento à Justiça em fevereiro de 2022.

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