A vítima sofreu traumatismo de tórax e abdômen e hemorragia interna
Mateus Omena Publicado em 27/10/2022, às 13h43
Um homem de 82 anos ficou com a mão presa pela porta de um vagão de metrô e foi arrastado. A vítima sofreu traumatismo de tórax e abdômen, além de hemorragia interna, e não resistiu aos ferimentos.
O episódio trágico aconteceu no último sábado (22), na estação Uruguaiana, no Centro do Rio de Janeiro.
De acordo com a Polícia Civil, o acidente ocorreu com o militar aposentado José Alves Simão. Ele deixou cinco filhos.
Newton Brito Simão, de 50 anos, um dos filhos da vitima, disse que o pai saido para consertar um aparelho celular, no Centro, e retornava para almoçar com a família, no Flamengo, na Zona Sul da cidade. Os dois combinaram de assistir juntos a uma partida de futebol a tarde, mas o encontro foi impedido pela tragédia.
“Meu pai saiu de casa por volta de 11h, quando nos falamos pela última vez. Fui levar a minha mãe para caminhar no Aterro do Flamengo e ele entrou no metrô com destino a Uruguaiana, onde saltaria. Por volta de 13h, 14h, comecei a ligar para o telefone dele e não consegui contato. Só depois das 16h, um policial me atendeu e pediu que eu comparecesse à delegacia, sem dar detalhes. Chegando lá, me entregaram os pertences dele e disseram que ele sofreu um acidente”, disse Newton Simão, em entrevista ao jornal Extra.
O delegado Vinícius Ferreira Domingos, responsável pelas investigações, informou que estão sendo analisadas as condições que levaram ao acidente. Algumas testemunhas também foram chamadas para depor.
“O que sabemos até agora é que ele ficou com a mão presa na porta, foi arrastado e acabou tendo o corpo imprensado na parede da Estação Uruguaiana, que é curva. Estamos buscando nas redes sociais passageiros que tenham presenciado o acidente para poderem esclarecer mais detalhes. Nossa intenção também é ingressar com uma ação de reparação indenizatória e punitiva contra a concessionária, justamente para tomarem medidas que evitem novas vítimas”, disse o advogado Marcello Peral, que representa a família do aposentado.
Já o advogado Yannick Robert declarou: “Não há dúvidas de que essa trágica morte se deu devido a uma falha reiterada que permitiu que a composição andasse com o idoso pendurado do lado de fora da porta, simplesmente por não haver um sensor que sinalizasse e impedisse isso”.
Em nota, o MetrôRio lamentou o acidente e a morte do militar. A empresa também declarou que está dando assistência à família da vítima e detalhou como o caso ocorreu.
“O passageiro tentou embarcar no momento em que as portas da composição já se fechavam. O botão de emergência foi acionado pelos passageiros, aplicando o freio de emergência no trem. O Corpo de Bombeiros foi chamado imediatamente, mas o cliente não resistiu aos ferimentos. A empresa instaurou um Comitê de Avaliação de Acidente para apurar as causas e prestar esclarecimentos à família e às autoridades”, explicou o MetrôRio.
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