A morte de Matheus, mais conhecido como “Faustão” e “Teteu” sobrinho do chefe da milícia, desencadeou uma série de ataques no Rio de Janeiro
Milleny Ferreira Publicado em 24/10/2023, às 12h46
Na tarde de ontem (23), o Rio de Janeiro teve um cenário de terror após o sobrinho de um miliciano carioca ser morto em um confronto com a polícia. Trata-se de Matheus da Silva Rezende, sobrinho do miliciano Luís Antônio da Silva Braga, mais conhecido como “Zinho” dentro do crime.
De acordo com as informações apuradas pelo portal Metrópoles, fontes de inteligência e com o histórico de investigações oficiais, Zinho lidera a milícia e tem o apelido dele no nome, o Bonde do Zinho. A origem do grupo se deu após um processo que envolve a participação de familiares e trocas de comando em regiões dominadas pelo grupo.
A Polícia relata que, o sobrinho de Zinho, apelidado de Teteu e Faustão, era apontado como segundo na hierarquia da milícia Bonde do Zinho. Até o momento, 35 ônibus foram incendiados no Rio de Janeiro como uma forma de revidar à morte do miliciano.
O grupo que viria a se tornar o Bonde do Zinho chegou ao comando de Carlos Alexandre Braga, o Carlinhos Três Pontes. Após a execução dele, porém, o comando se transferiu a Wellington da Silva Braga, o Ecko. E por sua vez Zinho ascendeu à chefia da milícia após a morte do irmão Wellington, em junho de 2021. O então líder do grupo morreu durante operação da Delegacia de Repressão aos Crimes contra a Propriedade Imaterial (DRCPIm).
Sob seu comando, o grupo dominou a Zona Oeste de forma rápida, e do ponto de vista da criminalidade teve muito sucesso. A milícia que estava sendo conhecida como Bonde do Ecko, com a substituição no comando, a milícia se tornou o Bonde do Zinho.
A atuação dos milicianos se dava principalmente com base na proibição do tráfico, segurança armada e cobrança de percentual para botijão de gás e luz e serviço de vans. Além disso, passou a dominar a prestação de serviço de TV a cabo e internet.
Após a morte de Ecko, porém, os antigos aliados passaram a disputar o comando da milícia na Zona Oeste. A disputa passou a envolver outros grupos paramilitares. Entrou em cena na disputa também o Comando Vermelho, que aproveitou a fragilidade e a fragmentação para também roubar territórios.
Diante da morte do sobrinho do miliciano, uma onda de terror tomou conta do Rio de Janeiro, ao menos 35 ônibus foram incendiados na zona oeste do estado . Além disso, existem relatos de outros veículos destruídos pelas chamas e vias interditadas.
A Prefeitura do Rio de Janeiro entrou em estágio de “mobilização”, segundo nível em uma escala de cinco, que significa que há ocorrências de alta impacto na cidade.
Segundo o governo municipal, a ação criminosa tem provocado reflexos nos bairros como Guaratiba, Inhoaíba, Paciência, Cosmos, Santa Cruz e Magarça.
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