Prefeitura de SP inicia projeto nas escolas para incentivar a paz e combater a violência

O prefeito Ricardo Nunes (MDB) participou, na tarde desta quinta-feira (20), de uma visita a uma escola na comunidade de Paraisópolis, na zona sul de São Paulo, para promover um programa de incentivo à cultura da paz entre crianças e jovens.

No EMEF Perimetral, o político apresentou a proposta da Prefeitura de reforçar a necessidade de um clima harmonioso no espaço escolar, do diálogo e da boa convivência para evitar conflitos, minimizar hostilidade entre os alunos e combater qualquer forma de violência.

A iniciativa é uma resposta às ondas de massacre em escolas no país, especialmente ao episódio ocorrido na Escola Estadual Thomazia Montoro, na Vila Sônia, zona sul da capital, em 27 de março. Assim como em outras situações semelhantes em escolas de outros estados, como a tragédia em Blumenau (SC).

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O evento contou com a presença de Marta Suplicy (MDB), secretária de relações internacionais; Aline Torres, secretária de cultura; Bruno Lima, de Inovação e Tecnologia; Fernando Padula, de Educação; Elza Paulina, de Segurança Urbana.

O objetivo da campanha “Cultura de Paz nas Escolas” visa incentivar as escolas municipais de toda a capital a reservarem a quinta-feira para promoverem atividades artísticas, esportivas, musicais e demais ações de promoção da cultura de paz, da não violência.

Além de criar estruturas para que as escolas se tornem locais de acolhimento e segurança não apenas para os alunos, como também para professores e famílias.

Atitudes que fazem a diferença

Ricardo Nunes interagiu com as crianças presentes no local, onde cantou e dançou junto com o grupo do coral. Em seguida, ele enfatizou a importância da cultura como um mecanismo de afirmação e de bem-estar. Aos alunos, o prefeito explicou como a democracia pode ser colocada em prática no ambiente escolar, com o fim de evitar a violência.

“Nós celebramos a paz, pois a escola é de todos vocês, da comunidade, de todos os estudantes. Hoje vocês estudam nessas escolas e amanhã os filhos de vocês estarão estudando nessas escolas. E para isso todos precisam fortalecê-las como um espaço de aprendizagem e de paz, de gestão democrática e de mediação de conflito”, declarou.

“Por isso, precisamos virar esse jogo, promovendo o bem estar entre todos os alunos e professores, dentro e fora da sala de aula”, acrescentou.

Em seguida, a secretária Marta Suplicy recordou os anos em que atuou como prefeita de São Paulo e a implementação dos primeiros CEUs (Centros Educacionais Unificados), para que as crianças e jovens das periferias tivessem acesso à educação de qualidade, com o suporte de uma infraestrutura completa e adequada nas unidades de ensino.

Diante disso, a secretária e ex-prefeita ressaltou a necessidade da cidadania entre os alunos. “Não queremos escolas sujas e feias, isso depende de cada criança, que percebam suas responsabilidades em cuidado do local onde aprendem”.

E acrescentou aos pequenos: “A importância de falar da paz consiste em lembrar que quando há uma briga, facadas ou conflitos, muitas vezes as pessoas não têm os instrumentos adequados para lidar com essas situações. Então, elas partem para a violência e isso não leva a lugar nenhum”.

“Por isso, para enfrentar esses momentos, precisamos, acima de tudo, de respeito, pois a outra pessoa pode pensar diferente de mim. Além de tolerância, amor e capacidade de agregar. Essa é a maior qualidade que alguém pode ter, pois substitui um soco por um abraço”.

Vozes

Durante a visita, Ricardo Nunes e outros secretários municipais se colocaram à disposição para esclarecer as dúvidas e entender as preocupações dos alunos do EMEF Perimetral.

Entre as principais demandas apresentadas pelas crianças, destacam-se medidas contra a violência e bullying, combate às fake news e outras ameaças de atentados.

O secretário Fernando Padula reforçou a urgência de uma educação midiática, especialmente para o controle da disseminação de notícias falsas para evitar medo e insegurança. E explicou como cada um deve agir ao receber alguma mensagem de informação duvidosa ou agressiva nos celulares e nas redes sociais:

“Em primeiro lugar, os pais e estudantes não devem repassar nenhuma mensagem de violência ou ameaça que recebem. Segurem o dedo. Transmitir esse tipo de mensagem para outras pessoas aumenta o pânico e a sensação de insegurança. Nesse caso, encaminhem para os canais do Ministério da Justiça ou acionar o 190. Assim, as forças de segurança vão investigar e distinguir o que é fake news e aquilo que pode ter um fundo de verdade. E encontrar o verdadeiro receptor da mensagem”.

O aviso também foi direcionado às empresas de mídias sociais e imprensa: “A segunda orientação diz respeito aos veículos de comunicação, que devem mudar sua política editorial para que, na ocorrência de ataques, não divulguem nome e fotos do autor dos crimes, muito menos as imagens dos ataques, para ajudar a evitar a repetição desses casos. Essas são ações preventivas”.

Sobre a segurança das escolas, Padula disse: “É claro que, externamente, a Guarda Civil Metropolitana, as Polícia Civil e Militar vão intensificar a ronda escolar para a segurança e atuar como o botão de ‘Alerta’, caso haja alguma emergência”.

Por outro lado, o secretário declarou também que o compromisso pela paz começa entre os estudantes, com uma cultura de tolerância e respeito que deve combater, diariamente, o racismo estrutural, discriminações de gênero e orientação sexual e a prática do bullying. E esse compromisso, se estende dos alunos à toda a comunidade ao redor.

Após a roda de conversa, o prefeito Ricardo Nunes e os secretários municipais participaram de uma caminhada com os alunos, professores e as Mães Guardiãs pela rua da escola, em direção à comunidade de Paraisópolis.