Pesquisa aponta que falta de policiais é o maior desafio das Delegacias da Mulher em SP

Atualmente, a escassez de recursos humanos é o principal desafio enfrentado nas Delegacias de Defesa da Mulher (DDMs) em São Paulo.

Isso foi relevado através de uma pesquisa conduzida pela Frente Parlamentar em Apoio às DDMs recentemente, corroborando uma preocupação de longa data do Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo (Sindpesp).

De acordo com a entidade, a Polícia Civil paulista tem mais de 16,9 mil cargos vagos, representando um déficit de quase 40% em seus quadros. Esses achados foram tornados públicos durante o lançamento da mais recente Frente Parlamentar na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp).

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Para a pesquisa, foram entrevistadas 41 pessoas com algum tipo de ligação com o funcionamento de uma DDM ou da Polícia Civil. Essas entrevistas identificaram 118 áreas de aprimoramento para essas unidades. Ao final da tabulação, essas informações foram agrupadas em sete categorias.

A conclusão é que dois em cada três problemas destacados durante a pesquisa se relacionam com a falta de recursos humanos, representando o maior desafio enfrentado no cotidiano das DDMs. Em segundo lugar, está a necessidade de maior valorização dessas Delegacias e dos policiais que nelas trabalham.

O reforço do atendimento psicossocial às vítimas é a terceira questão mais mencionada. A carência de recursos materiais, a necessidade de atualização e reforma das instalações, o treinamento dos policiais e outros problemas surgem nas posições seguintes.

Jacqueline Valadares, presidente do Sindpesp, ressaltou que o Estado de São Paulo possui a maior rede de DDMs do país, com 140 Delegacias, e apesar das dificuldades, ela desempenha um serviço vital para a população.

No entanto, Jacqueline não subestima os desafios que a pesquisa recentemente divulgada na Alesp destacou: "Este estudo, inclusive, é fundamental como fonte de consulta e como instrumento de transformação e de modernização para o Estado poder investir melhor em suas DDMs. Estas Delegacias, afinal, são os pilares de apoio, de proteção e da Justiça para as mulheres vítimas de violência e, também, desempenham papel crucial na coleta de informações e na formatação de estatísticas quanto a casos de violência de gênero".

Ela enfatizou que as DDMs não apenas atendem a uma demanda "indiscutivelmente sensível" da população, mas também desempenham um papel fundamental no fornecimento de respostas institucionais "mais eficazes". Portanto, o investimento em recursos humanos é considerado fundamental.

A Frente Parlamentar em Apoio às DDMs é liderada pela deputada estadual Delegada Graciela (PL). Segundo Jacqueline, através desse grupo, é possível ampliar as discussões no estado em relação ao trabalho de promoção e defesa dos direitos das mulheres e influenciar na formulação de políticas públicas nessa área.

“A ideia é que este trabalho garanta, ainda, mais investimentos para as Delegacias da Mulher em São Paulo, além de conceder mais visibilidade aos desafios enfrentados por estes equipamentos e seus profissionais”, esclareceu.

Ainda, de acordo com Graciela, em breve, os dados da pesquisa serão compartilhados com o Poder Executivo Estadual na forma de reivindicações.

“As informações colhidas também poderão se converter em ações do nosso mandato na Assembleia Legislativa. Queremos alcançar avanços práticos que permitam o fortalecimento, de fato, das DDMs. É preciso valorizar estas unidades especializadas ”, concluiu a parlamentar.

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