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FROTA ELÉTRICA

Transição para ônibus elétricos em São Paulo enfrenta resistência das concessionárias

Frota de ônibus elétricos em São Paulo cresce apenas um veículo desde a proibição do diesel; Prefeitura de São Paulo busca empréstimo de R$ 2,5 bilhões para impulsionar a troca da frota

Imagem: Divulgação / Gov.SP
Imagem: Divulgação / Gov.SP

Marina Roveda Publicado em 10/07/2023, às 07h55


A cidade de São Paulo tem enfrentado um cenário desafiador na transição para uma frota de ônibus mais sustentável. Desde a proibição da inclusão de novos veículos a diesel em outubro de 2022, apenas um ônibus elétrico foi adicionado à frota da capital paulista. Embora a medida tenha sido tomada para alinhar a cidade à Lei de Mudanças Climáticas e ao Programa de Metas da Prefeitura, a implementação dos ônibus elétricos tem sido mais lenta do que o esperado.

O contrato de concessão estabelecido entre as concessionárias e a Prefeitura determina que os ônibus devem ser substituídos quando atingem a marca de dez anos desde a sua fabricação. No entanto, atualmente, 396 ônibus além desse limite estão em operação. Embora a SPTrans, empresa responsável pelo serviço, afirme que esses veículos são utilizados preferencialmente como reserva técnica, essa prática levanta preocupações sobre o cumprimento das regras contratuais.

A SPTrans não detalhou os motivos para a demora na inclusão de novos ônibus elétricos na frota. No entanto, a Prefeitura de São Paulo buscou um empréstimo de R$ 2,5 bilhões com bancos internacionais para financiar a transição da frota. A expectativa é que esse financiamento possa ser utilizado em breve para impulsionar a renovação dos ônibus.

Resistência das concessionárias

A medida de proibição do diesel e a exigência de troca por ônibus elétricos não foram bem recebidas pelas concessionárias. Elas argumentam que foram pegas de surpresa e expressam preocupações sobre os custos adicionais do serviço, o que pode refletir na tarifa e nos subsídios repassados pela administração municipal.

Investigação do Ministério Público

Pouco tempo após a divulgação da medida, o Ministério Público de São Pauloiniciou uma investigação para apurar possíveis lesões ao Erário na decisão de proibir a inclusão de ônibus movidos a diesel. O promotor responsável considerou fatores como os custos significativos para o cumprimento da regra e a falta de transparência sobre o modelo de financiamento desses investimentos.

A Prefeitura de São Paulo reforça que a substituição dos ônibus a diesel por veículos não poluentes é uma medida essencial para reduzir a poluição e melhorar a qualidade de vida da população. No entanto, alcançar a meta de 20% da frota composta por ônibus elétricos até 2024 requer esforços e soluções que acelerem a transição de forma equilibrada e viável para todos os envolvidos.

A transição para uma frota de ônibus elétricos em São Paulo tem apresentado desafios, desde a falta de inclusão de novos veículos à resistência das concessionárias. No entanto, os esforços continuam em busca de soluções que impulsionem a renovação da frota de forma sustentável, cumprindo os objetivos ambientais e garantindo a melhoria da qualidade de vida dos cidadãos paulistanos.

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