A reação deles, inclusive, chamou a atenção da polícia
Vitória Tedeschi Publicado em 03/04/2023, às 12h11
Os pais do estudante de 13 anos que matou a facadas a professora Elisabeth Tenreiro, de 71 anos, e feriu outras quatro pessoas em uma escola na Vila Sônia, em São Paulo, sabiam que o filho tinha "interesse em realizar uma chacina", um mês antes do atentado.
A informação é de um documento que está em posse da Polícia Civil, e foi obtido pelo Metrópoles, que também mostra que o pai do adolescente, Ricardo Vieira da Silva, e a mãe dele, Renata Batista de Carvalho, compareceram à Escola Estadual José Roberto Pacheco, onde o filho estudava na época, a pedido da diretoria do colégio.
De acordo com depoimentos de funcionários da escola à polícia, a reunião foi convocada em razão do "comportamento suspeito" do garoto. O estudante ameaçou de morte um colega de classe via WhatsApp e tentou extorqui-lo. Uma semana depois, a mãe da vítima teve acesso às mensagens e comunicou à escola sobre as conversas, em 14 de fevereiro.
Além disso, o responsável pelo ataque em SP também teria enviado outras mensagens suspeitas a uma colega no dia 21 de fevereiro, durante o feriado de Carnaval, perguntando se a mesma estudante conseguiria arrumar isqueiro e gasolina, sem dar detalhes do que pretendia fazer com os objetos.
Nesta reunião, que aconteceu no dia 21 de fevereiro, os pais teriam assinado um termo confirmando que estavam cientes do comportamento do filho após serem informados pela diretoria da escola sobre todas as ameças feitas pelo filho.
O casal ainda relatou durante a reunião um episódio no qual o adolescente teria sido espancado quando tinha 11 anos, no antigo colégio em que estudava. Segundo eles, desde então, o filho nunca mais foi o mesmo.
No entanto, mesmo após a assinatura de ciência dos fatos preocupantes, que mais tarde geraram a tragédia que tirou a vida da professora Elisabeth, segundo depoimentos de funcionários da escola, os pais teriam reagido com indiferença e dito que esse comportamento do filho era "normal".
A gestora [da escola] explicou sobre os últimos eventos: no primeiro deles, [o menor, cujo nome é preservado] manifestou interesse em realizar uma chacina e compartilhou fotos que enaltecem essa ação. O pai disse que tem uma arma em casa, que [o menor] tem uma Airsoft [simulacro de arma usado em jogos] e que todas as fotos mostradas foram tiradas na casa da avó", diz a ata da reunião enviada à polícia.
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