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Enel acumula multas milionárias no Procon por mal atendimento

A Enel tem multas não pagas que foram aplicadas desde 2011 pelo Procon

A Enel tem multas não pagas que foram aplicadas desde 2011 pelo Procon - Imagem: Reprodução/Google Maps - Loja de Atendimento São Miguel Paulista - Enel São Paulo
A Enel tem multas não pagas que foram aplicadas desde 2011 pelo Procon - Imagem: Reprodução/Google Maps - Loja de Atendimento São Miguel Paulista - Enel São Paulo

Ana Rodrigues Publicado em 07/11/2023, às 08h50


A Enel- Concessionária responsável pela distribuição de energia na capital paulista e em outras 23 cidades da Grande São Paulo - já está acumulando R$104 milhões em multas não pagas que foram aplicadas desde 2011 pelo Procon, órgão de defesa do consumidor vinculado ao governo paulista.

Segundo o Metrópoles, pelo menos um quarto dessa dívida é decorrente de episódios de interrupção no fornecimento de energia e demora para o reestabelecimento, quando a empresa ainda se chamava a AES Eletropaulo - o grupo italiano Enel, assumiu o controle em 2018, quando comprou 73% das ações da companhia.

Na última sexta-feira (3), cerca de 2,1 milhões de imóveis na Grande São Paulo ficaram sem energia após um temporal com ventos de até 100 km/h - que acabou matando sete pessoas - em diferentes regiões do estado e derrubou cerca de 300 árvores na capital, provocando o apagão.

Até a noite de segunda-feira (6), 315 mil imóveis seguiam sem energia mais de três dias após a forte chuva que castigou a região. A Enel prometeu concluir o restabelecimento da energia em toda sua área de cobertura na Grande São Paulo até a noite de terça-feira (7).

O governador do estado, Tarcísio de Freitas (Republicanos) disse que, até segunda, já havia 277 novos procedimentos abertos no Procon, órgão vinculado ao governo estadual, por clientes da empresa que ficaram horas sem energia. Cada processo pode resultar em novas multas à Enel que poderiam chegar a R$ 13 milhões cada — ou R$ 3,6 bilhões se todas as sanções atingissem o valor máximo.

Nessa segunda, o Procon abriu um procedimento preliminar para averiguar as medidas adotadas pelas concessionárias de energia que atendem as regiões metropolitanas de São Paulo e da Baixada Santista. Além da Enel, o órgão notificou a CPFL, Energisa, Elektro e EDP.

Tarcísio já defendeu que a Enel, a maior delas, com 18 milhões de pessoas atendidas, assine um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o Procon para indenizar os consumidores prejudicados com a falta de energia.

Após levantamento realizado pelo Metrópoles, a dívida de R$104 milhões que a Enel tem em multas do Procon, referem-se apenas àquelas que não foram pagas e passaram a ser contestadas judicialmente. A empresa já recebeu outras infrações que foram quitadas ao longo dos anos.

Por exemplo, em 2011 quando ainda se chamava AES Eletropaulo, a concessionária foi multada em R$ 4,7 milhões com base no artigo 57 do Código de Defesa do Consumidor por interrupções no fornecimento de energia elétrica que superaram 20 horas. Na ocasião, os cortes afetaram pelo menos 590 mil imóveis.

Hoje, o valor atualizado da multa aplicada há 12 anos é de R$ 29,2 milhões, de acordo com os débitos inscritos na Dívida Ativa vinculados ao CNPJ da Enel. Além da punição por deixar de fornecer a energia elétrica, a empresa também já recebeu multas por cobranças de tarifas consideradas abusivas dos consumidores.

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