Alunos da Santa Casa de SP pedem saída de conselheiro suspeito de assédio e desvio de dinheiro

Na manhã da última sexta-feira (26) alunos da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo realizaram uma manifestação em frente ao Fórum João Mendes Júnior, do Tribunal de Justiça, para pedir o afastamento do atual presidente do Conselho Curador da fundamentação mantenedora da instituição, Antônio Cleidenir Ramos, conhecido como Tonico Ramos.

Os atos tiveram início na última quarta-feira (24), em frente ao prédio da Fundação Arnaldo Vieira de Carvalho (FAVC), e seguem acontecendo após a denúncia de que Tonico teria usado a estrutura e os recursos financeiros da instituição para bancar gastos pessoais, como jantares pagos com o cartão de crédito corporativo, realizar serviços particulares e até campanhas eleitorais. Além disso, ele é acusado de assédio moral, ameaças e chantagens sofridas por empregados.

As denúncias foram feitas em uma representação endereçada ao Procurador Geral de Justiça de São Paulo, o Doutor Mário Sarrubbo, pelo Coronel da Reserva da Policia Militare atual membro do Conselho Fiscal da FAVC, Raugeston Benedito Bizarria Dias. No documento, são relatadas todas as acusações designadas a Tonico. 

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Ao Diário de S.Paulo, a estudante de Fonoaudiologia do 5º semestre, Camila Franco, conta que o apelo está sendo feito por todos os alunos da faculdade, que estão indginados com tudo que vem acontecendo desde março deste ano, quando a denúncia veio à tona.

Ele [Tonico Ramos] tem feito ameaças aos alunos como propor que os nossos cursos sejam 40% EAD, o que não concordamos pois são cursos da área da saúde. Além de demissões sem motivos de professores renomados e que se importam com a nossa educação", inicia ela, que está agora participando da manifestação.

"A faculdade é tradicional, é considerada uma das melhores do país e com ele, a qualidade de ensino corre um risco gigante de ser rebaixada", complementa a estudante que afirma sentir orgulho de fazer parte da Santa Casa.

Eu sinto medo do que pode acontecer se não impedirmos o Conselho de tomar decisões baseadas somente nos interesses lucrativos e pessoais, que eles tem nos demonstrado. Nos esforçamos demais para carregar o nome da Santa com merecimento e fico receosa pensando que nas próximas turmas talvez não tenham a qualidade de ensino que o nosso corpo docente e a direção da faculdade nos garante e luta tanto pra isso", desabafa Camila.

Vale citar que, em nota, os alunos de três centros acadêmicos que representam os cursos de Medicina, Fonoaudiologia e Enfermagem dizem querer "demonstrar sua indignação acerca das denúncias" feitas ao Ministério Público de SP e pedem providências.

No documento, os estudantes defendem a autonomia acadêmica em relação à fundação e pedem a manutenção da secretaria geral da entidade, "que, aparentemente, vem sofrendo ameaças e intimidações para seu desvio de função e concorrência indevida com a hierarquia acadêmica e administrativa".

Até a última atualização desta matéria não havia nenhuma novidade sobre o caso de atuação e os estudantes continuavam em greve.