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Médicos e diretores da Prevent Senior podem responder por crime contra a vida, diz procurador-geral do MP de SP

O procurador-geral de Justiça de São Paulo, Mario Sarrubbo, disse nesta sexta-feira (24) que os profissionais médicos e diretores da Prevent Senior poderão

Médicos e diretores da Prevent Senior podem responder por crime contra a vida, diz procurador-geral do MP de SP
Médicos e diretores da Prevent Senior podem responder por crime contra a vida, diz procurador-geral do MP de SP

Redação Publicado em 24/09/2021, às 00h00 - Atualizado às 13h30


Mario Sarrubbo determinou atenção total à investigação, aberta nesta quinta (23). Força-tarefa do Ministério Público vai apurar denúncias como o uso de medicamentos comprovadamente sem eficácia contra Covid em pacientes da operadora.

O procurador-geral de Justiça de São Paulo, Mario Sarrubbo, disse nesta sexta-feira (24) que os profissionais médicos e diretores da Prevent Senior poderão responder por crime contra a vida, caso fique comprovado o uso de tratamentos ineficazes contra a Covid-19 em pacientes da operadora.

“Vamos com cuidado, vamos preocupado com os procedimentos médicos, com a vida das pessoas, evidente que se a pessoa estava adoentada, estava com Covid, tinha comorbidades e se foi usado um tratamento reconhecidamente ineficaz, nós podemos, sim, ter responsabilização penal por crime contra a vida”, disse ele em entrevista à GloboNews.

Homicídios simples e qualificados são alguns dos crimes contra a vida previstos no Código Penal.

Nesta quinta (23), o Ministério Público Estadual de São Paulo criou uma força-tarefa para investigar a operadora.

As denúncias contra o plano de saúde começaram em abril, quando médicos que trabalharam na linha de frente da Covid-19 na Prevent Senior relataram receber assédio constante para prescrever medicações que sabiam que não funcionavam para conter a Covid e que podem agravar o quadro dos pacientes: o “kit Covid” incluía a flutamida, além de cloroquina, azitromicina e ivermectina.

“Importante destacar que se há uma ordem, se é uma empresa que tem hierarquia e se a hierarquia determina que: ‘olha, vamos adotar este procedimento para os nossos pacientes’. E se ficar comprovado que o procedimento era mesmo inadequado, se eles utilizavam mesmo o tal “kit Covid”, tratamento precoce, etc que todos nós sabemos que mundialmente foram considerados como ineficaz, aí é possível essa responsabilização”, explicou.

O procurador determinou “atenção total” à investigação.

Os promotores vão atuar em conjunto com o promotor natural do caso, Rodolfo Bruno Palazzi, que acompanha inquérito policial para investigar as denúncias.

“Vamos tentar fazer um trabalho que possa trazer a verdade e que possa trazer justiça para as eventuais vítimas desses procedimentos, que tudo indica que são absolutamente inadequados”, completou.

“A gente precisa saber como é que funcionava o esquema dentro da empresa, se era uma orientação, por exemplo, dos gestores da empresa, que, ao que tudo indica, sim. Nós vamos ter que ver direitinho tudo o que aconteceu, porque se adotava esse procedimento, ao que tudo indica, padronizado, e a partir daí estabelecer as responsabilidades”, explicou Sarrubbo.

A força-tarefa irá avaliar ainda os documentos que a CPI da Pandemia enviará ao Ministério Público Estadual.

“Nós estamos em perspectiva imaginando muitos depoimentos, muitos documentos. Vamos contar com profissionais médicos nos auxiliando, como já temos hoje”, disse ele sobre os trabalhos.

O plano de saúde Prevent Senior passou a ser investigado pela CPI da Covid no Senado por uma série de suspeitas de irregularidades.

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G1

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