Kleber Carrilho Publicado em 06/08/2022, às 13h16
Faltam menos de dois meses para as eleições, e a gente tem que começar a definir em quem vai votar. Num emaranhado de candidatos, perfis, posts, vídeos, imagens felizes no Instagram, são tantas as opções para aCâmara dos Deputados e as Assembleias Legislativas que às vezes dá uma sensação enorme de que não dá para escolher sem jogar uma “minha mãe mandou”.
Então, já que eu trabalho com isso há tantos anos, peço a sua permissão para indicar algumas formas de definir em quem votar para ser seu representante estadual e federal.
Primeiramente, pense naquilo que é importante para você. É saúde, educação, segurança ou outros temas? Anote quais são eles.
Depois, pense em bandeiras e identidades: você acha importante votar em mulheres, pessoas negras, LGBTQIAP+ ou mesmo aquelas que são ligadas a uma religião que você pratica ou tem proximidade?
Só nesses dois passos você vai reduzir muito as opções entre as milhares de propostas. Dá trabalho, mas separe quem tem conhecimento e projetos sobre os assuntos que são importantes para você e que podem representar uma parcela da sociedade que você quer ver no Legislativo.
E então, chega a parte mais importante: converse. Preferencialmente, com a própria candidata ou candidato. Se não consegue, pode ser com algum assessor próximo. Faça uma entrevista de emprego, tente saber se cada um deles realmente entende aquilo que propõe.
Leia matérias, veja vídeos no YouTube, comente e pergunte nas redes, participe de grupos de aplicativos de mensagem que em geral os candidatos fazem neste momento.
Só então julgue e decida em quem votar. Não vale terceirizar isso para o líder comunitário ou religioso. Até dá para fazer essa escolha em grupo, mas sempre com argumentos e trocas de ideias. Simplesmente votar porque alguém indicou não vale.
Com dedicação de uma ou duas horas por semana, até 2 de outubro, você vai chegar entendendo muito de quem vai representar a sua forma de ver o mundo em lugares tão importantes.
Quer outra dica? Tente pensar em quem ainda não tem mandato. Embora isso não seja certeza de boa escolha, renovar pode ser uma boa alternativa também para ver ideias novas sendo propostas, ou formas mais inteligentes de resolver antigos problemas.
Isso tudo porque, como você deve saber, apesar de haver uma grande importância na escolha do presidente e dos governadores, quem realmente precisa dar match com você são os seus ou as suas representantes. São eles ou elas que devem ter a sua cara por lá.
E, a partir de 3 de outubro, aproveite todas as informações que você vai ter para cobrar. Continue utilizando as horas de dedicação à política para acompanhar o mandato, questionar, propor e, quem sabe, com o tempo, saber que você também pode estar lá.
Kleber Carrilho é professor, analista político e doutor em Comunicação Social
Instagram: @KleberCarrilho
Facebook.com/KleberCarrilho
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