Kleber Carrilho Publicado em 01/10/2022, às 09h07
Depois de quase quatro anos de espera, amanhã é dia 2 de outubro de 2022. Foi muito tempo para alguns, mas pouco para demonstrar as capacidades e as realizações para outros. Querendo dar continuidade ao que não conseguiram fazer ainda, o presidente e alguns governadores estão tentando a reeleição.
Nesse tempo, houve a pandemia, muita gente se foi e a nossa democraciadeu algumas bambeadas, mas continua viva. E até mesmo para conferir a saúde dela é que amanhã o dia é tão importante.
Novamente, mais de 150 milhões de brasileiros são convidados para ir às urnas eletrônicas para digitar números de deputados federais e estaduais, senadores, governadores e o ocupante do Palácio do Planalto.
Já previ muita coisa por aqui durante esses quatro anos. Indiquei que Ciro Gomes seria um nome competitivo, que Marina Silva deveria ser candidata, antecipei as vitórias de Lula e de Jair Bolsonaro, e também disse que os dois perderiam. Isso porque a dinâmica da política, por essa incerteza, é tão interessante.
Chego aqui com a esperança de que a democracia sobreviverá, mas não consigo cravar quem leva a presidência nem prever o que é mais importante: se haverá uma renovação positiva no Congresso Nacional.
Após tanto tempo, o país continua dividido, aparentemente com menos brigas nas redes e mais mortes por motivações eleitorais nos noticiários. Por isso, é hora de tentar apaziguar. Senão, vamos ter mais quatro anos de espera por outubro de 2026. E, aí, não sei o que será de nós.
Seja Lula ou Bolsonaro o eleito, no primeiro ou no segundo turno, o discurso terá que ser de paz. Duvido que Bolsonaro consiga isso, mas gostaria de ser surpreendido se a vitória for dele. De Lula, se for ele a escolha dos brasileiros, espero que não haja rancor nem sentimento de vingança.
Afinal, os humores dos últimos vitoriosos (e também dos derrotados) nos trouxeram até aqui. Quem não se lembra do discurso de vitória absolutamente rancoroso de Dilma em 2014, enquanto do outro lado Aécio Neves inaugurava o “argumento” da eleição roubada?
Isso não pode acontecer de novo. Que Bolsonaroentenda que o Brasil não é um partido e que Lula saiba que o PT não representa o povo brasileiro. Que tenhamos tempo para, passada a tormenta, planejar o futuro do país.
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