Kleber Carrilho Publicado em 03/09/2022, às 08h00
A menos de um mês da eleição, muita coisa que a gente previa está acontecendo. Violência em todos os cantos, com gente achando que pode bater, arrebentar carro, ameaçar, passar com o carro (e com a boiada) por cima.
O ex-ministro do meio ambiente, Ricado Salle candidatos, agora a deputado, ao se ver acuado diante de opositores, acabou sendo responsável pelo atropelamento de um motoboy, que nada tinha a ver com a história.
Os comandos das campanhas presidenciais estão preocupados com os eventos, cada vez que os candidatos aparecem no meio das pessoas. Afinal, há pouco menos de quatro anos, a facada de Juiz de Fora mudou o rumo da eleição. E, claro, torcemos que um incidente como esse não seja responsável pelo resultado das urnas.
Na vizinha Argentina, as coisas não estão menos complicadas. A prisão do brasileiro que apontou e, segundo testemunhas, atirou na ex-presidente (atual vice) Cristina Kirchner, é só a ponta do iceberg de um processo de ódio que se dá em torno das questões legais que a envolve.
E o fato de o atirador ter uma relação com grupos e ideias de extrema direita não tira a possibilidade de que o ataque lá acabe afetando também a disputa no Brasil, além da relação entre os dois países.
Mas a violência não está só nos atos. A campanha eleitoral tem sido profícua na apresentação de ideias ultrapassadas. Mesmo que tenha gente que acha que se pode falar tudo, quando não há má intenção, a gente sabe que as falas podem estimular o ódio e perpetuar preconceitos.
Para esses, que acham que falas racistas, sexistas, homofóbicas e transfóbicas podem ser apenas expressões, simplificações ou tradições, temos que lembrar que negros, indígenas, mulheres, homossexuais e pessoas transgêneras continuam sendo mortas por serem o que são, e portanto não há piada, expressão ou tradição que possa reproduzir tudo isso sem estimular a continuidade dos problemas.
O candidato a governador do Piauí, Silvio Mendes, que apontou a jornalista “quase negra, mas inteligente”, o candidato a presidente Ciro Gomes, que falou “imagina explicar isso na favela”, entre tantos outros, podem não ter tido a intenção, mas devem ser repreendidos publicamente, porque a violência simbólica acaba sendo considerada “menor”, mas também tira vidas.
Portanto, até 2 de outubro, ou até 30, se houver segundo turno, temos que ser sempre portadores da tranquilidade, do equilíbrio, da tentativa de amainar os ânimos. E, principalmente, temos que apontar os erros, as violências, os atentados às pessoas e também à democracia.
Kleber Carrilho é professor, analista político e doutor em Comunicação Social
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