por Kleber Carrilho
Publicado em 05/10/2024, às 06h00
Tem eleição no Brasil esta semana, mas a gente também tem que olhar para o mundo e tentar entender como os últimos acontecimentos podem influenciar o nosso futuro. Afinal, a escolha do novo presidente dos Estados Unidos, marcada para novembro, está se aproximando em um contexto de incerteza. Com Joe Biden vacilante na relação com o cenário internacional, as percepções dos eleitores em relação a Kamala Harris também não se estabilizam, principalmente por causa das questões geopolíticas.
O Oriente Médio, com o conflito entre Israel e Palestina, Líbano e Irã, tem revelado a dificuldade de Biden em exercer pressão significativa sobre o primeiro-ministro israelense. A postura de Netanyahu em fazer o que pensa mostra que a influência de Washington na região está enfraquecida. Para os eleitores norte-americanos, esse enfraquecimento do poder, somado ao impasse diplomático, pode ser lido como um sinal de que Kamala Harris continuaria a não conseguir resolver os problemas, e principalmente o uso do dinheiro dos impostos por lá..
Enquanto isso, do outro lado, Donald Trump tem se apresentado como o homem que traria soluções rápidas para os conflitos, especialmente em relação à guerra entre Ucrânia e Rússia. Sua posição, que incrivelmente concorda com as propostas de China e Brasil, envolve a concessão de territórios para Putin em troca de um acordo de paz. Essa postura, que muitos veem como um benefício para a Rússia, tem tido concordância entre os eleitores que estão cansados do envolvimento dos EUA em conflitos externos e preocupados com o desperdício de dinheiro.
A narrativa de Trump de que ele poderia “resolver a guerra em 24 horas” parece fazer sentido para uma parcela significativa do eleitorado, que vê a diplomacia tradicional como ineficiente. A guerra na Ucrânia, que já consumiu bilhões de dólares em ajuda militar e humanitária por parte dos EUA, se tornou um tema polarizador. Para muitos eleitores republicanos, a promessa de Trump de encerrar rapidamente o conflito e redirecionar os recursos para questões domésticas se alinha com o desejo de uma política externa menos intervencionista e mais pragmática.
A relação entre essas dinâmicas geopolíticas e a eleição de novembro é clara. Trump se posiciona como o líder forte, disposto a fazer concessões para alcançar a paz e principalmente o fim do desperdício de recursos, enquanto Harris enfrenta o desafio de convencer os eleitores de que pode lidar com o mundo em transformação. Se Biden continuar sendo visto como incapaz de influenciar atores como Netanyahu ou de ajudar a Ucrânia de maneira eficaz, as dúvidas sobre a capacidade de Harris em ocupar o Salão Oval só vão aumentar. E isso, por sua vez, leva Donald Trump ainda mais perto de retornar à Casa Branca.
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