por Henrique Tatto
Publicado em 16/09/2024, às 06h00
Cerca de 50 mil bolsonaristas foram à Avenida Paulista no feriado do dia 7 de setembro. No referido ato que contou com a presença do Prefeito Ricardo Nunes, o ex-presidente Jair Bolsonaro voltou a clamar pela anistia aos golpistas do 8 de janeiro, como também a atacar o Ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, chamando-o de ditador. Na mesma ocasião, Bolsonaro também protagonizou uma cena engraçada, oportunidade em que atacou o candidato à Prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal, que tentou se aproveitar do ato para fazer palanque. Após o ocorrido, Marçal foi às suas redes sociais reservas e publicou um vídeo sobre o ocorrido, no qual se mostrou surpreso com a atitude do seu antigo herói.
Já se tornou uma tradição do bolsonarismo, marchar no 7 de setembro. Eles vão às ruas para se sentirem mais patriotas (quando na verdade são nacionalistas) e em busca de algo sublime, quase tão divino quanto adorar pneus e bater continência para a bandeira dos Estados Unidos. Trata-se de uma patética veneração e submissão ao militarismo, pois vivem flertando com o autoritarismo e a volta de um dos períodos mais vergonhosos da história do Brasil: a Ditadura Militar. Importante também mencionar, que é absurda a contradição dos bolsonaristas nessas manifestações e em atos que eles organizam. A mesma turma que marcha para Jesus, marcha a favor políticas armamentistas, marcha a favor do genocídio na Palestina que Israel pratica e marcha na tentativa de um golpe de Estado em 8 de janeiro. Sim, tudo isso na mesma frase.
Dessa vez, o fato que ocorreu com o “coach” charlatão, acabou chamando a atenção na manifestação dos aspirantes a milicos. Não é novidade o “modus operandi” utilizado por Jair Bolsonaro com seus cabos eleitorais, pois ele os suga até o último momento, aproveita-se da série de benefícios que eles trazem durante a campanha, depois os descarta como lixos insignificantes, e se possível, os joga aos leões na primeira oportunidade que aparece, assim como fez no sábado retrasado com Marçal. Bolsonaro aposta na reeleição de Ricardo Nunes à Prefeitura de São Paulo, em vez da eleição do candidato do PRTB que não é mais útil a ele, tornando-se mais um filhote rejeitado do bolsonarismo, como tantos outros.
É o mesmo caso do MBL, Joice Hasselmann e Janaina Paschoal. Ainda que tenham sido rejeitados, continuam dando trabalho, destilando ódio e fazendo política da maneira mais suja possível. Eles não querem mais que o eleitor os vinculem com o bolsonarismo (pois perceberam tardiamente o delírio coletivo que tiveram e do qual participaram ativamente), e é incrível a dissimulação deles para que isso não aconteça. No entanto, as bandeiras levantadas, as ideias e as práticas são as mesmas do bolsonarismo. Isso porque, eles são iguais. Afinal de contas, foram eleitos por pegar essa fatia ignorante dos eleitores de Bolsonaro. Compartilham das mesmas políticas ultraconservadoras, preconceituosas, retrógradas e elitistas. E na primeira oportunidade que tiverem de se unir para “combater uma ameaça comunista” ou “a volta do PT”, eles irão se unir, pois já ocorreu em outras oportunidades.
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