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De Olho na Cidade, por Fábio Behrend

Fundac vira caso de polícia, crise no PSDB e a revisão da Lei de Zoneamento

Fundac - Imagem: Divulgação / FUNDAC
Fundac - Imagem: Divulgação / FUNDAC
Fábio Behrend

por Fábio Behrend

Publicado em 03/11/2023, às 04h59


FUNDAÇÃO ENROLADA

Fundada por professores da Escola de Comunicação e Artes da USP, a ECA, a Fundac não atua mais como fundação, é uma produtora de vídeo, responsável pela programação da TV Justiça e da TV Alesp. E alvo de alguns inquéritos policiais em São Paulo. Tem de tudo um pouco, de homofobia contra funcionários até conselheiros investigados por falsidade ideológica e denunciação caluniosa.

LICITAÇÃO SUSPEITA

Porém, o que promete ter desdobramentos mais rumorosos é a licitação da TV Alesp, vencida pela Fundac no início do ano. Dois conselheiros são investigados por atuarem no pregão pela própria Fundac e por outros concorrentes, IPCOM e Fundação Roquete Pinto, o que é crime. Se as suspeitas se confirmarem, o certame pode ser cancelado.

CRESCE

O PSD, de Gilberto Kassab, é o partido que mais cresce em São Paulo. Só esta semana 9 prefeitos se filiaram a legenda, que agora comanda nada menos do que 338 dos 645 municípios paulistas. Eram 329 na semana passada.

ENCOLHE

Desde 2020 o PSDB vem perdendo votos e prefeitos no estado. Em 2020, eram 238 cidades paulistas sob as asas tucanas. Com a revoada dos últimos três anos, agora são 43.

DE VOLTA AO NINHO?

A turbulência no ninho tucano parece não ter fim. A intervenção da direção nacional do partido no diretório paulistano, com o afastamento do presidente eleito em convenção Fernando Alfredo, foi parar na justiça. O partido está dividido, secretários e vereadores de um lado, lideranças da velha guarda de outro. A mais recente “receita” para voltar a vencer seria a volta de Andrea Matarazzo ao partido, como candidato a prefeito no ano que vem. Tucano histórico, Matarazzo deixou a sigla em 2016 atirando na candidatura de João Dória à prefeitura e fez ninho justamente no PSD de Kassab. Uma resolução da direção nacional do PSDB determina candidaturas próprias em cidades com mais de 100 mil habitantes. “Eles perderam completamente a estribeira”, afirma Fernando Alfredo, que foi deposto da presidência do PSDB municipal pelo presidente nacional do partido, o gaúcho Eduardo Leite.

MUTIRÃO NA CÂMARA

Milton Leite pediu aos vereadores que “tranquem” suas agendas todas as quartas-feiras a partir da próxima semana, até o dia 20 de dezembro. Além do orçamento da cidade, tradicionalmente a última votação do ano, há projetos como os PIU´s (planos de intervenção urbana) bairros do Tamanduateí e Leopoldina, a lei que vai destinar recursos da Operação Urbana Faria Lima para Paraisópolis e a revisão da Lei de Zoneamento, todos de interesse do executivo e que podem afetar diretamente a qualidade de vida da população. O ritmo das discussões e votações promete ser intenso, por isso a necessidade de trabalhar em forma de mutirão.

REVISÃO DO ZONEAMENTO

A grande preocupação em torno da revisão da Lei de Zoneamento é se zonas residenciais serão afetadas de alguma maneira. Vão, porém só em locais onde há boa oferta de transporte coletivo, como corredores de ônibus e metrô. A intenção de aumentar a população residente nesses locais permanece, mas o relator do projeto, vereador Rodrigo Goulart, esclarece que as zonas de preservação (ambientais, urbanísticas e culturais) vão continuar como estão. “Vamos permitir o adensamento populacional previsto no Plano Diretor, mas não vamos mudar as regras de preservação da cidade”, garantiu.

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