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De Olho na Cidade, por Fábio Behrend

As estratégias para chegar ao segundo turno, fator Tabata e os desertores

Adrilles Jorge, Joice Hasslemann e Rubinho Nunes, respectivamente - Imagem: Montagem SP Diário / Reprodução / Instagram @adrillesjorge, @joicehasselmannoficial e @rubinhonunes.sp
Adrilles Jorge, Joice Hasslemann e Rubinho Nunes, respectivamente - Imagem: Montagem SP Diário / Reprodução / Instagram @adrillesjorge, @joicehasselmannoficial e @rubinhonunes.sp
Fábio Behrend

por Fábio Behrend

Publicado em 06/09/2024, às 08h35


Mudança de rota

Data Folha à parte, Guilherme Boulos não será mais o alvo principal de Pablo Marçal, que viajou para El Salvador para tentar atrair bolsonaristas na questão da segurança pública e depois vai aos Estados Unidos, tentar colar sua imagem ao trumpismo. Quem partiu pra cima de Boulos nos últimos dias foi o prefeito Ricardo Nunes, que tenta tirar alguns pontos dos dois principais adversários para se garantir no segundo turno. Note-se que Nunes subiu na preferência de voto da periferia, o que é ruim para o candidato do PSOL.

Tabata

A estratégia de centrar fogo em Marçal deu certo para a candidata do PSB, porém não garantiu uma subida consistente nas intenções de voto. A tendência é que conforme o dia 6 de outubro se aproxime, se a candidatura não decolar,  parte dos votos de Tabata acabem indo para Boulos e Nunes, o que pode deixar Marçal fora do segundo turno.

Trackings

A ratificação de apoio de Tarcísio de Freitas a Ricardo Nunes é baseada, principalmente, nos interesses futuros do governador. Embora ele negue estar de olho no Palácio do Planalto nesse momento, uma eventual vitória de Nunes agora enfraqueceria Marçal para uma futura corrida eleitoral presidencial. Pesquisas não registradas, conhecidas como “trackings”, já apontavam no início da semana que Nunes vence tanto Marçal como Boulos em eventual segundo turno, o que foi confirmado pelo Data Folha de ontem.

Baixa a bola

Com a rejeição em alta, o entorno de Marçal acredita que é hora dele baixar um pouco o tom belicoso nas críticas aos adversários e apresentar propostas concretas. “Mas aí ele vai na sabatina do UOL e praticamente confessa que o plano de governo é um sonho difícil de ser realizado. É difícil, ele (Marçal) não ouve ninguém e se continuar assim, vai acabar fora do segundo turno”, me disse um aliado do coach que pediu anonimato.

Curiosidade

As campanhas municipais de 2012 foram as primeiras a contar com o “fator redes sociais”, quase exclusivamente com o Facebook. Na primeira semana de setembro daquele ano o Data Folha trazia Celso Russomano com 35% das intenções de voto contra 21% de José Serra e 16% de Fernando Haddad. No segundo turno, Russomano ganharia de Serra de por 58 a 30 e de Haddad por 56 a 30. Só que ele derreteu, Serra e Haddad foram para o segundo turno e o petista ganhou a eleição. Nenhuma ligação com o que acontece hoje, só uma curiosidade mesmo.

Desertores

Rubinho Nunes, o vereador ex-MBL do União Brasil, não foi o único candidato que abandonou o apoio à Ricardo Nunes declarando voto em Pablo Marçal. A médica Nise Yamaguchi e o ex BBB Adrilles Jorge, espécie de Jean Willys da direita, ambos também do União, mudaram de lado. No Podemos, quatro candidatos seguiram o mesmo caminho: Soldado Madalhano, Daniel José, Marcelo Aguiar e Joice Hasselmann declararam apoio a Marçal, só que no caso de Joice, o apoio foi recusado pelo coach. E no Republicanos são dois os desertores, por enquanto: Claudia Baronesa, mão do MC Gui e Flávio Almeida, amigo pessoal de Felipe Sabará, que é aliado de Marçal. 

Fatura

Todos os candidatos da lista já receberam de seus partidos verbas do fundo eleitoral entre 200mil e 800 mil reais. A exceção é Flávio Almeida, que foi o primeiro da lista a trair a coligação do prefeito. Eles se esquecem que, na política, movimentos como o que fizeram jamais são esquecidos.

(Quase) 1 ano de coluna

Foi no dia 8 de setembro do ano passado que publiquei a primeira coluna aqui no Diário. Na época, ninguém cogitava Marçal candidato e a disputa sobre quem seria o vice de Ricardo Nunes estava só começando. Esta é a 53ª edição da coluna e, entre mais acertos do que erros, fora as crases, fica aqui mais uma vez meu agradecimento aos editores, aos leitores e às fontes, fundamentais na apuração dos fatos que apresentei ao longo desse último ano. Seguimos em frente, tentando cumprir o papel de informar e de ajudar os leitores a tirarem suas próprias conclusões. Paz.

Contato: [email protected]

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