Diário de São Paulo
Siga-nos
COLUNA

A carteira de trabalho fake de Marçal e o projeto de lei para cobrar mensalidade nas universidades públicas

Faculdade de Direito da USP - Imagem: Divulgação / USP
Faculdade de Direito da USP - Imagem: Divulgação / USP
Fábio Behrend

por Fábio Behrend

Publicado em 20/09/2024, às 08h25


NÃO GANHOU NADA

Críticas fundamentadas e tapinhas nas costas de quem se sentiu representado. Foi tudo o que Datena ganhou com a cadeirada em Pablo Marçal. Voto que é bom, pelo jeito nada, segundo o Data Folha de ontem. 

PERDEU MAIS DO QUE GANHOU

Já a vítima – sim, por mais irritante que Marçal possa ser, no caso da cadeirada ele é vítima – bem que tentou capitalizar a agressão (o que é direito dele) de todas as formas, mas não conseguiu. Caiu um ponto no Data Folha e viu sua rejeição chegar perto dos 50%. Fora as fraturas.

MEMES

O lamentável episódio da TV Cultura rendeu memes de tudo quanto é jeito, principalmente contra Marçal. Só faltou um: o do cara que queria sair no braço com o boxeador Popó, mas não conseguiu se defender do tiozão grisalho. Triste episódio de nossa democracia, mas que, em algum momento, arrancou sorrisos de muita gente. Quem não viu nenhuma graça na pataquada, que atire a primeira pedra.

A DONA DA CARTEIRA

Karen Vasconcelos, candidata do PRTB a vereadora, afirma que a carteira de trabalho que Pablo Marçal usou para confrontar Guilherme Boulos é dela, não do auto denominado ex-coach. A candidata se diz cansada da agressividade e do comportamento antipartidário de Marçal e resolveu mudar de lado, como fizeram alguns candidatos da coligação do prefeito que passaram a apoiar Pablo. Ela declarou publicamente apoio a Ricardo Nunes, “mais equilibrado, educado e sério do que Marçal”, disse à coluna.

TABATA GOMES

Um conhecido deputado me disse que se fosse possível adicionar um pouco de Ciro Gomes à Tabata Amaral, teríamos o candidato ideal. O que sobra nele, como energia e oratória, falta nela. Já o que falta nele, como calma e polidez, sobra nela. Enquanto isso, aquela que talvez fosse a melhor candidata para muita gente, em um eventual segundo turno, não estará lá.

DEEP FAKE

Prefeita de Bauru e candidata à reeleição, Suéllen Rosim (PSD) foi vítima de uma deep fake. Em grupos de Whatsapp da cidade circula uma foto com o rosto dela e o corpo de uma mulher nua. A prefeita, negra e evangélica, foi chamada de vassala por João Doria, de “ninfeta em um prostíbulo” por um âncora de rádio de Bauru e, desde que foi eleita, sofre ataques racistas e misóginos nas redes sociais. Sempre reage com processos judiciais, mas desta vez, foi à polícia e registrou boletim de ocorrência, talvez o primeiro do tipo no Brasil, envolvendo eleições. “Quem me conhece sabe que não sou de levar desaforo pra casa, nunca vou admitir ser desrespeitada. Em época de eleição tem gente que acha que vale tudo, mas comigo não”, afirmou Suéllen nas redes sociais.

COFRES CHEIOS

Por enquanto não tem pra ninguém e dificilmente terá. Os dois candidatos de Milton Leite a sucedê-lo na Câmara Municipal são os recordistas em arrecadação de verbas de campanha. Ambos receberam, entre doações e fundo partidário, pouco mais de R$ 3,5 milhões – o teto de gastos para vereadores em São Paulo é de R$ 4,77 milhões. No União Brasil, o sentimento dos outros candidatos varia entre inveja e resignação, afinal, todo mundo sabe que quem manda por lá é o padrinho do Silvão e do Silvinho.

UNIVERSIDADE PÚBLICA E PAGA

O deputado estadual Leonardo Siqueira (NOVO) protocolou durante a semana na Assembleia Legislativa o PL 672/24, que prevê cobrança de mensalidades em universidades como USP e UNESP, por exemplo, independente da renda familiar ou pessoal. O PL cria um sistema de financiamento semelhante ao que ocorre em países como Inglaterra, Japão, Holanda, Coreia do Sul e Nova Zelândia, em que o aluno paga os estudos depois de formado. É a meritocracia econômica: quem tem, recebe. Quem não tem, que lute. 

Contato: [email protected]

Compartilhe