Diário de São Paulo
Siga-nos
De Olho na Cidade, por Fábio Behrend

As piores fornecedoras da cidade, a decadência administrativa de São Caetano e a sucessão em São Bernardo

Cidade de SP sem energia. - Imagem: Reprodução / TV Globo | Divulgação
Cidade de SP sem energia. - Imagem: Reprodução / TV Globo | Divulgação
Fábio Behrend

por Fábio Behrend

Publicado em 22/03/2024, às 07h01


Pesadelos paulistanos

O que é pior pra você, caro leitor, cara leitora, os constantes apagões de energia causados pela incompetência da Enel ou os buracos abertos pela Sabesp, que depois são tapados, pra pegar leve, de forma absolutamente tosca? Difícil responder...

Enel

Até o fechamento dessa coluna, no início da noite de ontem, ainda tinha muita gente no centro da cidade sem energia. Moradores, comerciantes e até a Santa Casa ficaram às escuras. A confusão com efeito cascata começou sábado passado. E a Enel dando sucessivos prazos pra resolver o problema, que pra variar, não foram cumpridos.

Sabesp

O apagão no centro pode ter sido motivado adivinhe pelo quê? Por um buraco aberto pela Sabesp. É o que garante um morador que de tanto sofrer com as duas empresas, registrou todo o processo de abertura do buraco, a consequente falta de luz e o buraco tapado “daquele jeito” pela estatal de água e esgoto.

Enel 2

O prefeito Ricardo Nunes mandou mais um ofício à ANEEL e ao TCU para reclamar da Enel, uma vez que a concessão é federal. Se ele pudesse, já teria apagado o interruptor desse contrato que prejudica, dia após dia, toda a cidade.

Sabesp 2

A comissão de estudos sobre a privatização da Sabesp chega ao fim com um relatório que endossa a privatização e recomenda algumas medidas para tentar resguardar a cidade de eventuais abusos ou inércia da empresa.

Fiscalização

Sidney Cruz, presidente da comissão, conta que o futuro contrato da Sabesp com o município deverá garantir questões cruciais: permitir que TCM e Câmara Municipal fiscalizem a execução do contrato, garantir a recuperação dos mananciais e a participação da Sabesp na construção de habitações de interesse social, além de aumentar os repasses financeiros da empresa para a cidade. A grana ficaria aplicada num fundo para investimentos sociais e em meio ambiente.

Sem resposta

A comissão termina sem ter a menor ideia do passivo da Sabesp com São Paulo. Sidney Cruz enviou ofício ao TCM no ano passado solicitando esclarecimento sobre duas questões: qual a dívida atual da Sabesp com a cidade e quantos imóveis da prefeitura são ocupados pela empresa - e o valor dos respectivos aluguéis. O TCM respondeu afirmando que questionou a prefeitura (secretarias de Finanças e Urbanismo e Licenciamento) sobre as dúvidas. A prefeitura não respondeu ao TCM.

Por fora, bela viola...

Conhecida como exemplo de qualidade de vida em todo o país, São Caetano do Sul enfrenta, sob a 4º gestão do tucano José Auricchio Júnior, aumento brutal da dívida, falta de capacidade de gerar receita e inchaço sem precedentes na máquina pública. O “cheque especial” da cidade aumentou 126% e se aproxima de 750 milhões de reais, cerca de um terço do orçamento da cidade para o ano que vem. Quando Auricchio assumiu seu primeiro mandato, em 2005, São Caetano tinha 3.500 funcionários públicos. Hoje são 10 mil.

Ainda no ABC

A sucessão do tucano Orlando Morando na prefeitura de São Bernardo do Campo será batalha épica. De um lado, retomar o controle da cidade, berço do PT, é questão de honra para o presidente Lula, mas faltam nomes de peso. Do outro, o deputado federal Alex Manente (Cidadania) já conta com apoio explícito do prefeito de Santo André, Paulo Serra (que também é presidente estadual do PSDB) e de outros políticos do estado para suceder Orlando.

Em cima do muro

Falta só o próprio Morando, que não morre de amores por Manente, decidir quando vai cravar seu apoio ao colega de federação partidária. Quanto mais tempo Orlando demorar para sair de cima do muro, menos espaço terá numa eventual futura gestão de Alex em São Bernardo.

Revisão da vida toda

Por 7 votos a 4 o STF derrubou ontem a revisão da vida toda, que garantiria a um número restrito de aposentados o direito de recálculo de seus benefícios com base nas contribuições realizadas durante toda a vida, não apenas aquelas que foram pagas a partir de 1994.

Contato: [email protected]

Compartilhe  

últimas notícias