por Fábio Behrend
Publicado em 12/01/2024, às 08h42
Bombeiro
É assim que o presidente nacional do PSDB, Marconi Perillo, define sua atuação para tentar reconstruir o partido em São Paulo. “Estou atuando como bombeiro, em busca de ponderação e união”. Perillo garante trabalhar para realizar uma nova convenção estadual em fevereiro. O objetivo é eleger diretamente a direção do partido, nomeada de forma interina. As negociações acontecem diretamente com os dois candidatos a comandar o PSDB no estado: o presidente nomeado e prefeito de Santo André, Paulo Serra e o ex-presidente do partido, Marco Vinholi, para quem “as convenções são históricas no PSDB de São Paulo e estamos trabalhando juntos para organizar a disputa com representatividade máxima. Estamos todos alinhados”.
Capital
Segundo Perillo, a situação da capital será definida após a convenção estadual. “Queremos entregar essa questão à nova direção paulista, com o objetivo viabilizar convenções municipais não apenas na capital, mas em todas as cidades com mais de 100 mil habitantes”. Marconi Perillo disse ser a favor de candidaturas próprias, mas as decisões deverão ser tomadas individualmente por cada diretório. Ex-governador de Goiás e deputado federal, Perillo não quis entrar em detalhes sobre a situação do diretório paulistano. Já o presidente interino do PSDB da capital, Orlando Faria, admite a necessidade de uma nova convenção, mas o tempo seria curto “é preciso ver se haverá tempo hábil para organizar a disputa”.
No mínimo vice
Defensor de candidatura própria, Orlando Faria reconhece que o atual cenário dificulta esse objetivo. “O partido que ganhou 3 das últimas 5 eleições em São Paulo tem que, no mínimo, ter um candidato à vice”. Faria admite que, com Marta voltando ao PT para ser vice de Boulos e com Ricardo Nunes aguardando a indicação de um vice Bolsonarista, indicar um vice na chapa de Tábata Amaral pode ser uma saída. “Vamos aguardar as próximas semanas, teremos novidades”.
Novo perfil
A tese de que o vice na chapa de Ricardo Nunes, que será definido pelo PL e endossado por Bolsonaro, deveria ser alguém da área de Segurança Pública, “não faz mais sentido”, segundo dirigentes do partido. “O Nico e o Derrite são policiais, não entram na periferia e o Derrite ainda fez a lei que acaba com a saidinha temporária. Seriam muitos votos perdidos”. “Isso se o Bolsonaro não mudar de ideia aos 45 do segundo tempo e decidir lançar candidatura própria”, disse outro cacique liberal, que pediu anonimato.
Ex é pra sempre
O deputado estadual Eduardo Suplicy sugeriu à Lula e ao PT disputar prévias no partido, contra a ex, para decidir quem será o vice de Boulos. Marta não comentou.
CPI do Padre Júlio
Vai ficar para a primeira reunião do Colégio de Líderes, na volta do recesso em fevereiro, a decisão sobre a instalação ou não da CPI das ONGs, proposta pelo vereador Rubinho Nunes. Das 22 assinaturas inicias, 10 foram retiradas formalmente e a oposição garante que consegue barrar a CPI.
Jardim sem flores
Longe de ser “coronel” e sempre muito gentil com seus interlocutores, Campos Machado era conhecido por discursos contundentes e brincadeiras “espirituosas”. Certa vez, durante um evento do PTB, um ex-vereador do partido afirmou que ele seria “o último Odorico Paraguaçu da política paulista”. A observação veio logo depois de Campos dirigir-se ao anfitrião do evento, de microfone em punho, “Infelizmente vejo poucas mulheres nesse evento tão bem organizado. E um evento sem mulheres é como um jardim sem flores”.
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