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De Olho na Cidade, por Fábio Behrend

A refiliação de Marta, o fim do recesso na Câmara e a novela tucana que parece não ter fim

Luiz Inácio Lula da Silva e Marta Suplicy - Imagem: Divulgação / Ricardo Stuckert
Luiz Inácio Lula da Silva e Marta Suplicy - Imagem: Divulgação / Ricardo Stuckert
Fábio Behrend

por Fábio Behrend

Publicado em 02/02/2024, às 07h45


Cerimônia segura

Quem passar na Avenida Liberdade hoje, a partir das 16h, vai perceber policiamento reforçado por PM, GCM e Polícia Federal. Tudo porque Marta Suplicy assina a ficha de filiação ao PT a partir das 18h, com as presenças confirmadas do presidente Lula e dos ministros Fernando Haddad e Paulo Teixeira, além, é claro, do pré-candidato à prefeitura Guilherme Boulos.

Fim do recesso

A volta dos vereadores ao batente foi tranquila. Notas de pesar e 1 minuto de silêncio pela morte de personagens da vida política da cidade, como o ex-vereador Natalício Bezerra, que foi presidente do Sindicato dos Taxistas e o do deputado Campos Machado. Além disso, também houve uma seção solene em homenagem aos Bombeiros, principalmente aqueles que atuaram no histórico incêndio do Edifício Joelma, que completa 50 anos.

De fato, começa terça

Os próximos dias serão de trabalho intenso nos bastidores. Dois assuntos vão dominar as conversas e acordos entre os vereadores. Primeiro os vetos do prefeito Ricardo Nunes à nova lei de zoneamento, que podem ser derrubados ou mantidos pela Câmara. E, depois, a CPI das ONGs proposta pelo vereador Rubinho Nunes, que dificilmente sai do papel.

Ligação

O presidente nacional do PSDB, Marconi Perillo, telefonou essa semana para o vereador João Jorge, para tentar convencê-lo a ficar no partido, sem sucesso. O vereador anunciou que deixa o PSDB no final de março, no início da janela de filiações partidárias. A coluna havia adiantado ainda no ano passado que esse movimento de revoada começaria no início do ano.

Sem chapa

A preocupação da bancada tucana na Câmara é que, ao contrário do que acontece em outras legendas, como União Brasil, MDB e PSD, não há nenhuma movimentação para organizar o partido e montar a chapa de candidatos desse ano, o que pode dificultar bastante a reeleição de quem permanecer no ninho.

Faz sentido

Orlando Faria, que deixou a presidência do diretório municipal para integrar o comitê de campanha de Tabata Amaral, afirma que a preocupação dos vereadores faz sentido. “A convenção estadual é só dia 25 de janeiro e não há sinalização do que será feito com o diretório municipal, se haverá nova convenção ou não. Faz sentido os vereadores se preocuparem com essa indefinição sobre apoiar o atual prefeito, lançar candidato próprio ou apoiar a Tabata”.

O último a sair...

A bancada tucana na Câmara tem 8 vereadores, todos com alguma influência no governo Ricardo Nunes. A aposta nos corredores do Palácio Anchieta é que se o partido decidir apoiar Tabata ou lançar candidatura própria, como quer a direção nacional do partido, boa parte dos vereadores deve bater asas para outros partidos, principalmente o MDB de Ricardo Nunes.

Civilidade

O encontro de Lula e Tarcísio para selar a parceria de construção do túnel que fará a ligação entre Santos e Guarujá é ponto positivo para o governador, que mostra maturidade política e senso republicano em benefício da população de São Paulo. Pode ser um sinal de que o bolsonarismo tacanho, agressivo e fechado ao diálogo está perdendo força, dando lugar a uma direita de posições firmes, mas que preza pela civilidade.

Antes do túnel, uma ponte

Quem também esteve em Brasília e foi recebido por Lula foi Gilberto Kassab, articulador político habilidoso e reconhecidamente um “construtor de pontes”, que usa como principal matéria prima justamente o que andava em baixa nos governos Bolsonaro e João Dória – o diálogo. Não é difícil imaginar ter sido Kassab o intermediador do acordo que encerra uma disputa política e de egos que alimentou por décadas um dos principais gargalos logísticos do Brasil moderno.

Contato: [email protected]

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