por Fabiana Sena
Publicado em 06/08/2024, às 09h55
Em meio ao brilho e garra de atletas de todo o Mundo os Jogos de Paris, assim como as águas do Senna, seguem seu curso sob o manto de disputas acirradas.
Contudo, assim como as competições, a polêmica sobre a abertura das Olimpíadas continua gerando controvérsias e discussões em tabloides de todo o Globo.
Como é de conhecimento público a cerimônia de abertura da Olimpíada de Paris contou com um banquete representado por drag queens, pessoas com roupas colorias e o deus pagão Baco ou Dionísio (deus do vinho ou embriaguez), todos dispostos de maneira a lembrar a Santa Ceia (quadro a Última Ceia de Leonardo da Vinci).
A representação do banquete causou furor e um estupendo mal-estar entre os cristãos; tendo sido apontada como uma afronta e enorme desrespeito com aqueles que comungam da fé cristã.
Em razão da péssima repercussão da cerimônia, os organizadores negaram que a ideia do banquete tenha sido parodiar a Santa Ceia. Alegaram que a arte teria a ideia de representar uma festa pagã no Olimpo. Entretanto, essa explicação não convenceu muitos religiosos e não religiosos.
A França tem um histórico de proatividade e vanguarda. Porém, por vezes, no afã de garantir direitos acaba se equivocando e desrespeitando a diversidade e a igualdade __ tão apregoadas por eles próprios.
A título de exemplo vale lembrar que em 2015 o Jornal Francês Charlie Hebdo, que satirizava todas as religiões, sofreu um atentado que deixou doze mortos. O semanário já havia sido atacado no ano de 2011 por fazer charges sobre o Profeta Maomé.
Jogos Olímpicos são tradicionalmente símbolos de superação, força e, sobretudo, união entre os povos.
Se o intuito francês era promover uma espécie de inclusão, de apologia à diversidade por meio de uma paródia à Última Ceia pode-se afirmar que o tiro saiu pela culatra ou, em outras palavras, que os franceses simplesmente não aprenderam com os erros do passado.
Segundo a história, Jesus Cristo, para cristãos e não cristãos, viveu e morreu combatendo injustiças econômicas, sociais e sexistas. Sentou-se e comeu com mulheres, doentes e com os mais pobres, em uma prova inequívoca de seu amor por todo o tipo de diversidade.
Significa dizer, que independente de qualquer religião, partido político ou orientação sexual, o mais importante é o respeito.
E é preciso compreender de uma vez por todas que não se pode obter respeito desrespeitando outros pensamentos, outras religiões. Para ser sólido o respeito deve ser conquistado. Pois se o respeito é obtido à fórceps, como no exemplo parisiense, ele simplesmente se esvai pelos dedos, como o vinho de Baco.
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