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Escravidão

Jogador brasileiro é resgatado de trabalho análogo à escravidão em Dubai

O homem passou cerca de 8 meses trabalhando em condições ilegais nos Emirados Árabes

Jogador brasileiro é resgatado de trabalho análogo à escravidão em Dubai - Imagem: arquivo pessoal
Jogador brasileiro é resgatado de trabalho análogo à escravidão em Dubai - Imagem: arquivo pessoal

Nathalia Jesus Publicado em 01/06/2023, às 10h10


Moisés Brisolla, jogador de futebol brasileiro, de 20 anos, retornou ao Brasil após cerca de 8 meses trabalhando em condições análogas à escravidão em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.

Moisés foi para Dubai em julho de 2022 para jogar pelo Al-Rams Club, mas foi dispensado um mês depois por sentir muitas cãibras. Seu empresário recomendou que ele ficasse na casa de um empresário brasileiro e trabalhasse na fábrica de cosmésticos do homem.

De acordo com um documento enviado pela Comissão de Cidadania e Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul (CCDH-RS) ao Itamaraty, Moisés estava trabalhando em condições análogas à escravidão desde então. Segundo informações apuradas pelo UOL, a carta foi enviada em março deste ano.

O jogador trabalhava mais de 15h por dia, não recebia salário, não tinha contrato de trabalho e teve o celular recolhido. Esporadicamente, ele conseguia entrar em contato com um familiar a quem pediu ajuda e conseguiu denunciar o caso à CCDH.

O resgate de Moisés foi realizado pela própria Comissão de Cidadania e Direitos Humanos do Rio Grande do Sul em parceria com o Itamaraty.

Na última terça-feira (30), Moisés desembarcou no Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, e já foi ouvido pelas autoridades responsáveis pelo caso.

A CCDH solicitou que o nome da empresa denunciada não fosse divulgado para preservar o andamento das investigações.

"É mais um caso que mostra a estrutura racista no futebol e que, a cada dia, vem nos mostrando que isso já não cabe mais no Brasil, nem no restante do mundo. [...] Estamos virando apenas mais uma página de um imenso capítulo sobre o tráfico para trabalho escravo que nunca deixou de existir". afirmou Laura Sito, presidente da Comissão de Direitos Humanos.

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