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Cinema em família

'Papai É Pop': sabia que o novo filme de Lázaro Ramos é inspirado em uma história real?

Marcos Piangers, escritor do livro que inspirou o filme, falou com exclusividade ao Diário de S.Paulo sobre como foi a produção do longa

Marcos Piangers é pai de Anitta e Aurora e escritor dos livros 'O Papai É Pop' 1 e 2 - Imagem: reprodução Instagram
Marcos Piangers é pai de Anitta e Aurora e escritor dos livros 'O Papai É Pop' 1 e 2 - Imagem: reprodução Instagram

Jessica Anjos Publicado em 12/08/2022, às 21h08


Estreou nesta quinta-feira (11) o filme estrelado por Lázaro Ramos e Paolla Oliveira, 'Papai É Pop'. O longa é inspirado no livro, best-seller, do escritor Marcos Piangers sobre seus primeiros anos como pai. 

Piangers é pai de Anita e Aurora e escreveu sua obra em formato de crônicas sobre a vida com as filhas e suas descobertas sobre a paternidade. O livro teve continuação com 'O Papai É Pop 2', além de ganhar outro ponto de vista com 'A Mamãe É Rock' e 'A Mamãe É Punk: Crônicas da Adolescência', de Ana Cardoso, sua esposa, que englobam a maternidade.

Em entrevista ao Diário de S. Paulo, Piangers contou como foi ver seu best-seller se tornar filme e ganhar vida nas telonas. Acompanhe o bate-papo na íntegra abaixo: 

Diário de S. Paulo:quando você escreveu o livro, você imaginava que um dia ele iria se tornar um best-seller e depois viraria um filme?

Marcos Piangers: comecei a escrever sobre minhas filhas 10 anos antes de mostrar os textos publicamente. Foram dez anos de reflexões, aprendizados, erros e acertos. Quando o livro foi lançado imaginei que pouca gente ia se interessar. Em um país que não incentiva a participação dos pais, que ignora a figura paterna como cuidadora, que dá apenas cinco dias de licença paternidade, que tem 11 milhões de mães sozinhas, imaginei que falar sobre paternidade seria um fracasso total. Mas o livro encontrou uma audiência em pais apaixonados, que também se sentiam excluídos da experiência mais impactante da vida de um homem, ser pai. E, assim, vendemos 500 mil livros e agora vamos mostrar essa história no cinema. Tudo é absurdamente inacreditável. Até agora não acredito no que está acontecendo.

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Lázaro Ramos e Paolla Oliveira são os protagonistas do filme / Imagem: reprodução Instagram

DSP:como foi o processo de adaptação do livro para o filme, você participou da construção do roteiro?

MP: foi uma espécie de consultor, aprimorando a mensagem principal. Eu não me importava se o filme seria uma comédia, um drama, se o personagem teria meu nome, se o filme seria um blockbuster ou um filme pequeno e mais artístico. A única coisa que me importava era que o filme passasse a mensagem principal: nós homens não estamos preparados, mas podemos ser cuidadores e isso torna nossa vida mais feliz, além de melhorar a vida das pessoas ao nosso redor. Em tudo o que eu faço tenho o mesmo objetivo: inspirar o melhor pai que existe dentro das pessoas. Acho que assim o mundo muda. E o filme conseguiu passar essa mensagem.

DSP:como foi o processo de escolha dos atores? Olhando o resultado final, como você se sente com as atuações?

MP:Lázaro Ramos foi o primeiro a topar o projeto, era a primeira opção como ator principal. Ele é fantástico, talentoso, engraçado, sensível. Além disso, é um pai apaixonado na vida real. Este é o primeiro filme da carreira do Lázaro em que ele tem um pai. Em uma das cenas mais fortes do filme, eles se encontram, e essa gravação foi muito emocionante pra todos.

A Paolla, apesar de não ter filhos, emprestou uma profundidade arrebatadora para o papel da mãe. Leandro Ramos faz o papel do amigo machista, que não entende a importância de cuidar de filhos.

Pra mim, especialmente, a atuação que mais emocionou foi a da Elisa Lucinda, que faz a mãe do Lázaro. No caso, minha mãe. Quando assisti toda aquela força, aquela bússola moral, aquela sabedoria, me emocionei muito. Vi minha mãe naquela atuação. Acho que o filme vai ser uma grande homenagem pra minha mãe. Uma mãe solo, que sofreu tanto pra me criar e que me ajudou a ser o melhor pai que eu posso ser.

DSP:qual era o seu objetivo quando você escreveu o livro? Você sente esse objetivo representado no filme?

MP:quando escrevi o livro eu queria apenas registrar o que eu aprendia diariamente com as minhas filhas, com a paternidade. Dizem que filhos vêm sem manual, mas é mentira: o manual é o próprio filho. Quanto mais olhamos pra eles, ouvimos, prestamos atenção, mais simples é nos moldarmos bons pais. O objetivo do livro era apenas mostrar pro mundo como a paternidade pode ser linda e encantada, cheia de desafios e frustrações, mas também cheia de alegria e risada. Acho que o filme capta essa mensagem, transforma a história em algo ainda mais bonito e emocionante, e ainda por cima tem o potencial de alcançar mais pessoas, em todo o Brasil. Fico pensando em quão transformadora pode ser essa mensagem para pais de todo o país.

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Marcos Piangers com a mãe, a esposa Ana Cardoso e as filhas Anita e Aurora / Imagem: reprodução Instagram

DSP: nas suas palestras, você sempre comentou o quanto sua mãe foi importante na sua vida, você acredita que ela também está bem representada no filme?

MP:quando assistimos o filme juntos, no começo do ano, choramos muito. Minha mãe descobriu um câncer em 2020, e passamos a pandemia entre sessões de quimioterapia e remédios. Foram anos muito sofridos, um sofrimento que a minha mãe não merecia. O filme foi uma grande homenagem, uma forma de ela se ver representada, cheia de força e realização. Acho que o filme acaba sendo uma homenagem à minha mãe e a todas as mães solo do Brasil.

DSP: suas filhas e a sua esposa já assistiram ao filme ou parte dele? Qual a opinião delas sobre o projeto?

MP: assistimos todos juntos. Apesar do filme ter sido inspirado na nossa história, os nomes são diferentes e a configuração familiar é diferente também. Toda minha família adorou o filme. É uma história que contempla a dificuldade da maternidade, a falta de maturidade dos homens na chegada das crianças, e a possibilidade de recomeçar. Gostamos tanto que, logo depois de assistir, já começamos a conversar sobre a possibilidade de um Papai é Pop 2.

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Marcos Piangers e suas filhas, Aurora à esquerda e Anita à direita / Imagem: reprodução Instagram

DSP:o que as famílias podem esperar dessa adaptação?

MP: este é um filme com momentos leves e engraçados, e assuntos sérios e profundos. Acho que todo mundo deve sair do cinema feliz por se ver representado e reflexivo sobre como pode ser um melhor pai. É um filme feito pra emocionar e divertir, mas principalmente, celebrar a possibilidade de uma família genuinamente feliz e rodeada de responsabilidade compartilhada e amor.

Ficou curioso para assistir? 'Papai É Pop' já está disponíveis nos cinemas brasileiros e é uma programação para a família inteira. Assista ao trailer abaixo:

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