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Prova

Mãe de estudante com deficiência faz denúncia grave contra o ENEM

O primeiro dia da prova do Exame Nacional do Ensino Médio foi realizado neste domingo (13)

Na Asa Sul, no Distrito Federal, uma mãe, Kleyne Cristina, relatou os constrangimentos que seu filho, Edson Gabriel passou ao realizar o ENEM - Imagem: reprodução I Metrópoles e Freepik
Na Asa Sul, no Distrito Federal, uma mãe, Kleyne Cristina, relatou os constrangimentos que seu filho, Edson Gabriel passou ao realizar o ENEM - Imagem: reprodução I Metrópoles e Freepik

Juliane Moreti Publicado em 16/11/2022, às 16h55


Na Asa Sul, no Distrito Federal, uma mãe, Kleyne Cristina, relatou os constrangimentos que seu filho, Edson Gabriel, portador de deficiência múltipla, passou ao realizar a prova do Exame Nacional do Ensino Médio. Segundo ela, não foram feitos os procedimentos corretos com seu filho para a realização das questões.

O menino sonha em cursar gestão do agronegócio, e a mãe, sendo professora, sabe que ele tem o direito de receber o atendimento especializado por ter a leitura lenta e silabada, comprometendo sua interpretação textual e justificando a decisão que foi solicitada pela família no Centro de Ensino Médio Setor Oeste.

''Meu filho tem baixa visão, deficiência intelectual e comprometimento motor fino. Assim, foi assegurado para ele auxílio de leitura, auxílio de transcrição e prova com horário ampliado. Tudo estava escrito no cartão de confirmação dele'', começou a falar Kleyne, segundo o potal Metrópoles.

Mas, depois das horas do exame terem terminado, ela se decepcionou quando Edson Gabriel detalhou como foi e como ele fez a prova. Segundo ele, todas as questões de língua estrangeria tiveram que ser lidas, além de não ter recebido o auxílio transcrição no momento da redação.

''Quando fomos buscá-lo, no final da prova, ele nos contou que tinha sido muito difícil e que ele conseguiu responder apenas 52 das 90 questões do exame. Foi então que ele relatou ter tido que ler todas as questões de língua estrangeira, pois a profissional que deveria fazer isso para ele disse que não sabia espanhol'', completou a mãe.

''Na etapa da redação, ele foi orientado pela profissional a fazer por escrito o rascunho, mesmo tendo o direito à auxílio de transcrição, e só então ela passaria para a folha de resposta'', contininou a relatar.

Desde então, Kleyne relata que o filho passou por constrangimento e foi prejudicado no Exame Nacional do Ensino Médio, porque perdeu muito tempo com a leitura das questões de espanhol, além de ter que escrever a redação, coisas que ele deveria, na teoria, ser isento de realizar.

''Ele foi prejudicado nessa prova. O tempo que ele perdeu lendo a prova de espanhol e escrevendo a redação foi enorme, não teve o direito dele garantindo. O atendimento especializado existe para diminuir a distância dele dos outros candidatos, mas nem isso foi assegurado'', lamentou.

A mãe de Gabriel levou a denúncia para a ouvidoria do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira e ao Ministério Público do Distrito Federal e dos Territórios, na expectativa que ele possa refazer a primeira etapa do Enem.

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