Em comparação com o mesmo período de agosto do ano passado, a produção aumentou 2,2%
William Oliveira Publicado em 02/10/2024, às 11h44
A produção industrial brasileira registrou um leve crescimento em agosto, conforme dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A alta de 0,1% em comparação com o mês anterior, após uma queda de 1,4% em julho, está em consonância com as previsões do mercado, especialmente impulsionada pelas indústrias extrativas.
Em termos anuais, a produção industrial aumentou 2,2% em agosto em relação ao mesmo período do ano passado. Com isso, a produção se encontra 1,5% acima dos níveis pré-pandemia de fevereiro de 2020, embora ainda esteja 15,4% abaixo do recorde histórico alcançado em maio de 2011. As expectativas da pesquisa Reuters indicavam um crescimento mensal de 0,1% e anual de 2,3%.
Segundo André Macedo, gerente da pesquisa do IBGE, "voltamos ao terreno positivo e isso mantém o setor acima do nível pré-pandemia. Essa manutenção é positiva, mas ainda sim precisa recuperar muitas perdas do passado." Macedo ainda acrescenta que há uma melhora no cenário de emprego e renda, com menores índices de inadimplência.
O fortalecimento do mercado de trabalho e o aquecimento do mercado interno têm favorecido a indústria brasileira. No entanto, analistas alertam para uma possível desaceleração econômica no segundo semestre. Adicionalmente, o Banco Central (BC) elevou a taxa Selic em 0,25 ponto percentual no mês passado, atingindo 10,75%, com expectativas de novos aumentos nas próximas reuniões.
Dentre os setores industriais, as indústrias extrativas se destacaram positivamente com um aumento de 1,1% após uma queda de 2,2% em julho. "No mês anterior, tanto o petróleo quanto o minério de ferro mostraram queda e o resultado de agosto representa uma volta ao campo positivo", explicou Macedo.
Outros setores que apresentaram ganhos incluem produtos farmoquímicos e farmacêuticos (3,6%), equipamentos de informática e eletrônicos (4%) e produtos químicos (0,7%). Por outro lado, os setores que registraram quedas foram veículos automotores (-4,3%), produtos diversos (-16,7%) e impressão e reprodução de gravações (-25,1%).
Dentro das categorias econômicas específicas, a produção de bens de capital teve uma retração de 4%. Em contrapartida, a produção de bens intermediários cresceu 0,3%, enquanto bens de consumo avançaram 0,7%.
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