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Preço do azeite de oliva sobe quase 50% e não deve baixar, alertam especialistas

Alta nos preços do azeite de oliva no Brasil pode se manter devido à diminuição das importações e dificuldade de recuperação das oliveiras

Azeite de oliva - Imagem: Reprodução / Freepik
Azeite de oliva - Imagem: Reprodução / Freepik

Sabrina Oliveira Publicado em 11/06/2024, às 14h36


Os consumidores brasileiros têm sentido no bolso o impacto das condições climáticas desfavoráveis na Europa, que resultaram em uma produção reduzida de azeitonas, matéria-prima do azeite de oliva. O preço do produto subiu quase 50% nos últimos 12 meses, segundo dados do IBGE. Essa tendência de alta não deve se reverter tão cedo, de acordo com especialistas.

A Espanha, líder mundial na produção de azeite de oliva, enfrenta a quarta quebra consecutiva de safra, enquanto outros países europeus também registram reduções significativas na produção. O Brasil, que importa a maior parte do azeite consumido, reduziu suas importações em 32% entre outubro de 2023 e março de 2024, segundo o COI.

As altas temperaturas e a seca na Europa têm afetado diretamente as oliveiras, que necessitam de condições específicas para produzir frutos. Com temperaturas frequentemente acima de 40°C, algumas árvores estão gerando apenas um terço da quantidade usual de azeitonas. Isso resulta em menor oferta e preços mais altos para os consumidores finais.

O professor Carlos Eduardo de Freitas Vian, da Esalq-USP, alerta que não há perspectiva de melhora a curto prazo, já que as oliveiras são árvores perenes e uma mesma árvore pode produzir frutos por vários anos. A recuperação dos estoques e uma estabilização nos preços só seriam possíveis com a normalização das condições climáticas e o aumento da produção, o que pode levar anos.

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