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Dia do Cinema Brasileiro: conheça 9 filmes nacionais mais premiados da história

Imagem Dia do Cinema Brasileiro: conheça 9 filmes nacionais mais premiados da história

Redação Publicado em 17/06/2022, às 00h00 - Atualizado às 17h34


No próximo domingo (19), é celebrado o Dia do Cinema Brasileiro, uma ocasião anual que enaltece a sétima arte no Brasil e todos as grandes filmes que marcaram gerações e retratam a realidade do país, suas narrativas e sua cultura plural.

A data foi escolhida para homenagear o dia em que o ítalo-brasileiro Afonso Segreto, o primeiro diretor e cinegrafista do país, registrou as primeiras imagens em movimento em solo nacional, em 1898. Período em que o cinema estava surgindo na Europa e nos Estados Unidos, conquistando públicos de todos os estilos e classes sociais.

Afonso Segreto fez imagens da entrada da baía de Guanabara, no Rio de Janeiro, a bordo do navio Brésil, que havia saído de Boudeaux, na França, onde o italiano tinha acabado de fazer um curso sobre a operação do cinematógrafo e trouxe de lá alguns equipamentos ao Brasil.

Por outro lado, alguns historiadores consideram que, na verdade, as primeiras gravações brasileiras, feitas também por Segreto, teriam acontecido em 1897, na cidade de Petrópolis, no interior do Rio. No entanto, a indefinição por trás de qual dos eventos históricos ocorreu primeiro gerou muita confusão na compreensão de muitas pessoas. Por isso, o Dia do Cinema Brasileiro pode ser comemorado não apenas em 19 de junho, mas também em 5 de novembro.

Com a produção das primeiras imagens gravadas no Brasil, Afonso Segreto tornou-se símbolo do cinema nacional. Suas criações contribuíram não apenas para estimular a relação de amor dos brasileiros pelos filmes, como também abriram caminho para o surgimento de importantes cineastas que usam a ficção, os costumes e os fatos para contar histórias marcantes.

Entre eles destacam-se Glauber Rocha (1939-1981), Nelson Pereira do Santos (1928 – 2018), Carla Camuratti, Walter Salles, Tata Amaral, Fernando Meirelles, José Padilha, Anna Muylaert, Kleber Mendonça Filho, Helena Solberg e muitos outros.

Para celebrar a data, conheça os filmes mais premiados do cinema brasileiro e onde encontrá-los:

Bacurau (2019)

Divulgação

“Bacurau”, dirigido por Kleber Mendonça Filho e Júlio Dorneles / Imagem: Divulgação

O longa conta a história dos moradores de Bacurau, uma pequena comunidade do sertão brasileiro que desaparece de todos os mapas do país repentinamente. Além deste estranho evento, eles ainda se espantam com o aparecimento de cadáveres pelas ruas, forasteiros misteriosos e a presença de drones sobrevoando a cidade. Diante da situação, Teresa (Bárbara Colen), Domingas (Sônia Braga), Acácio (Thomas Aquino), Plínio (Wilson Rabelo), Lunga (Silvero Pereira) e outros habitantes descobrem estão sendo atacados por um seita e se organizam para identificar os inimigos e criar um mecanismo de defesa.

Dirigido por Kleber Mendonça Filho e Júlio Dorneles, o filme foi muito elogiado internacionalmente e venceu na categoria de Melhor Júri no Festival de Cannes e Melhor Filme nos festivais de Lima e Munique. Bacurau também participou do Festival de Nova York (NYFF), uma das maiores mostras não competitivas do mundo.

Onde assistir: Globoplay e Telecine

Aquarius (2016)

Divulgação/SBS Distribution

“Aquarius”, filme dirigido por Kleber Mendonça Filho / Imagem: Divulgação – SBS Distribution

O filme destaca Clara (Sonia Braga), uma jornalista de 65 anos, aposentada, viúva e mãe de três adultos. Ela mora em um apartamento no edifício Aquarius, localizado em Recife, onde criou seus filhos e viveu boa parte de sua vida. Interessada em construir um novo prédio no espaço, os donos de uma construtora adquiriram quase todos os apartamentos do prédio, menos o dela. Os empresários tentam convencer Clara a vendê-lo, mas ela resiste por questões afetivas. E esse impasse leva a protagonista a sofrer uma série de assédios e ameaças para que ela mude sua decisão.

Dirigido por Kleber Mendonça Filho, a obra foi indicada à Palma de Ouro do Festival de Cannes e venceu como melhor filme nos festivais de Sidney, Lima, Amsterdã, entre outros. “Aquarius” foi considerado um dos melhores filmes do ano por diversos críticos brasileiros e internacionais. “Aquarius” recebeu o prêmio de melhor filme no Festival de Sydney, além de muitos outros no Festival de Havana e o Troféu APCA.

Onde assistir: Netflix, Globoplay e Telecine

Que horas ela volta? (2015)

Gullane Filmes/Aline Arruda

“Que horas ela volta?”, filme dirigido por Anna Muylaert / Imagem: Gullane Filmes – Aline Arruda

“Que horas ela volta?” conta a história da pernambucana Val (Regina Casé), que se mudou para São Paulo para dar melhores condições de vida para sua filha Jéssica. Ela trabalha integralmente como empregada doméstica e babá de Fabinho (Michel Joelsas), o filho de seus patrões, e mora no local de serviço.

Treze anos depois, Jéssica (Camila Márdila) telefona para a mãe pedindo para morar com ela na capital paulista, no intuito de prestar o vestibular da Fuvest. Os chefes de Val recebem a menina de braços abertos. Mas quando ela deixa de seguir certos protocolos de distinção de classe, circulando livremente pela casa e usufruindo do mesmo conforto dos proprietários, surgem novos conflitos que impactam a relação de Val com sua filha.

O filme dirigido por Anna Muylaert estreou no Festival de Cinema de Berlim, onde ganhou o Prêmio do Público de Melhor Ficção na Mostra Panorama. A obra recebeu mais de 30 indicações e premiações em festivais de cinema. Como no Festival de Sundance, nos EUA, que premiou o filme pela atuação de Regina Casé e Camila Márdila. Além do troféu APCA de melhor filme.

Onde assistir: Netflix, Telecine e Globoplay

Hoje eu quero voltar sozinho (2014)

Divisão

“Hoje eu quero voltar sozinho”, filme de Daniel Ribeiro / Imagem: Divulgação

Com direção de Daniel Ribeiro, “Hoje eu quero voltar sozinho” acompanha Leonardo (Ghilherme Lobo), um adolescente cego que se apaixona pelo amigo de escola e começa a questionar sua sexualidade.

O filme foi escolhido o melhor da mostra Panorama do Festival de Berlim pelo voto da crítica e ganhou o prêmio Teddy, destinado a longas com temática homossexual.

“Hoje eu quero voltar sozinho” também levou o prêmio de melhor filme na escolha do público no festival de cinema de Guadalajara e levou o troféu em festivais especializados em produções LGBTQIA+ em Honolulu, Los Angeles, Nova York, São Francisco e Torino.

Onde assistir: Telecine, Apple TV e Netflix

Tropa de Elite (2007)

Divulgação

“Tropa de Elite”, filme de José Padilha / Imagem: Divulgação

“Tropa de Elite” acompanha os desafios diários do grupo de policiais e de um capitão do BOPE (Wagner Moura), que quer deixar a corporação e tentar encontrar um substituto para seu posto. Paralelamente dois policiais que são amigos de infância se destacam pela honestidade ao realizar suas funções, mas mostram-se frustrados com a corrupção existente no batalhão em que atuam e se juntam ao BOPE para acabar com o tráfico de drogas e as organizações criminosas no Rio de Janeiro.

O filme dirigido por José Padilha ganhou o Urso de Ouro de Melhor Filme no Festival de Berlim, e também de Melhor Filme no Festival de Lisboa. O longa também contribui para aumentar a visibilidade do cinema brasileiro no cenário mundial.

Onde assistir: Star+, Apple TV e Globoplay

Carandiru (2003)

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“Carandiru”, filme de Hector Babenco / Imagem: Divulgação

O filme dirigido por Hector Babenco é baseado no livro de Dráuzio Varella e conta a história de um médico (Luiz Carlos Vasconcelos) que se oferece para realizar um trabalho de prevenção a AIDS no maior presídio da América Latina, o Carandiru. O profissional rapidamente descobre a dura realidade dos cárceres, que envolve violência, repressão, superlotação das celas e instalações precárias. No entanto, durante o convívio com os prisioneiros, o médico percebe que parte deles não é o que aparenta ser, existindo dentro da prisão certos laços de solidariedade, organização e esperança.

“Carandiru” foi indicado à Palma de Ouro do Festival de Cannes, além de receber prêmios nos festivais de Cartagena e Havana.

Onde assistir: Amazon Prime Video, Telecine, Globoplay e Apple TV

Cidade de Deus (2002)

Divulgação

“Cidade de Deus”, dirigido por Fernando Meirelles e Kátia Lund / Imagem: Divulgação

Dirigido por Fernando Meirelles e Kátia Lund, a obra apresenta a trajetória de Buscapé, um jovem pobre e negro que vive na favela carioca de Cidade de Deus e descobre ter talento como fotógrafo. É por meio de seu olhar, por trás das câmeras, que o cotidiano da comunidade, inclusive a rotina de violência urbana, é exposto ao telespectador.

“Cidade de Deus” foi indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Diretor, Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Edição e Melhor Fotografia. Além de ter sido indicado ao Globo de Ouro e ter ganho o BAFTA de melhor edição. “Cidade de Deus” é um dos filmes brasileiros mais aclamados mundialmente, com mais de 20 indicações e premiações.

Onde assistir: Globoplay

O Auto da Compadecida (2000)

Divulgação

“O Auto da Compadecida”, Guel Arraes / Imagem: Divulgação

“O Auto da Compadecida” é uma adaptação cinematográfica da peça do escritor Ariano Suassuna que foi criada, inicialmente, como uma minissérie de quatro capítulos pela TV Globo. Devido ao sucesso, a emissora decidiu transformá-la em um filme.

A obra conta as aventuras de João Grilo (Matheus Nachtergaele) e Chicó (Selton Mello), dois nordestinos que vivem de golpes para sobreviver em uma cidade no interior do Nordeste. Depois de se meterem em várias confusões, os dois precisam lidar com uma promessa de casamento com a filha de um temido coronel local e a fúria de um grupo de cangaceiros liderados por Severino (Marco Nanini). Mas tudo muda com a aparição de Nossa Senhora (Fernanda Montenegro) para resolver a situação.

No Grande Prêmio do Cinema Brasil, “O Auto da Compadecida” foi vencedor nas categorias de melhor diretor, melhor ator, melhor roteiro e melhor lançamento.

Em 2015, foi eleito pela Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema) um dos 100 melhores filmes brasileiros de todos os tempos. Nos EUA, venceu o prêmio do júri popular no Festival de Cinema Brasileiro em Miami. Também conquistou o prêmio de melhor ator para Matheus Nachtergaele no Festival Internacional de Cinema de Viña del Mar, no Chile.

Onde assistir: Globoplay

Central do Brasil (1998)

Reprodução

“Central do Brasil”, estrelado por Fernanda Montenegro / Imagem: Divulgação

Um dos mais icônicos do cinema brasileiro, “Central do Brasil” narra a trajetória de Dora (Fernanda Montenegro), uma ex-professora que ganha a vida escrevendo cartas para pessoas analfabetas, mas nunca as coloca no correio. Assim, embolsa o dinheiro para si. Um dia, Dora se torna responsável por Josué, o filho de nove anos de uma de suas clientes, que fica sozinho após a morte da mãe em um acidente de ônibus. A partir disso, Dora e Josué partem juntos em uma viagem pelo interior do Nordeste em busca do pai do garoto.

O filme recebeu um Globo de Ouro e foi a primeira produção brasileira a receber o Urso de Ouro do Festival de Berlim. “Central do Brasil” foi indicado ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro e Melhor Atriz com Fernanda Montenegro, que por sua atuação, recebeu um Urso de Prata de Melhor Atriz.

Onde assistir: Globoplay, Telecine e Apple TV

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