O que é um amor? Um sentimento. Esta é a explicação que deve ter vindo a sua cabeça. Mas se você repensar vai ver como o buraco é mais embaixo. O amor é sem
Redação Publicado em 10/06/2022, às 00h00 - Atualizado às 10h36
O que é um amor? Um sentimento. Esta é a explicação que deve ter vindo a sua cabeça. Mas se você repensar vai ver como o buraco é mais embaixo. O amor é sem dúvida muito mais complexo. O próprio dicionário Michaelis para tentar descrevê-lo apresenta quinze diferentes definições. Uma tão diferente da outra, que eu ao ler talvez você assim como eu fique ainda mais confuso. Por exemplo, como algo pode ser ao mesmo tempo “um desejo intenso” e “um sentimento de admiração e zelo”? Como pode ser “caridade” e “apego”?
A filosofia explica o amor e o divide em três. O “Amor Eros”, que segundo Platão é definido pelo desejo. Desejar fortemente alguém é amar. Já, o “Amor Filos” de Aristóteles remete a alegria. Amar é se sentir alegre junto de outra pessoa (achei fofo). Por fim, tem o “Amor Ágape” que é baseado nos princípios cristãos. Por esta ideologia, o sentimento nasce da renúncia. Amar é renunciar pelo outro sem esperar nada em troca.
Agora vamos a poesia. Vinicius de Moraes também tentou decifrar e transformar o sentimento em palavras. Foram catorze versos e uma mistura de sensações. Da calmaria e serenidade à posse e ao desejo animalesco. O “Soneto do amor total” termina com a confissão do poeta: “Hei de morrer de amar mais do que pude”.
Fernando Pessoa também não é dos mais amáveis ao buscar a definição. “Nunca amamos ninguém. Amamos tão-somente, a ideia que fazemos de alguém”. Neste trecho, ele parece nem acreditar muito no amor e ainda o chama de “cafona”. Se para ele cartas de amor são ridículas, o que diria deste humilde artigo?
A ciência não fica para trás. Pesquisas já comprovaram que o amor é mesmo capaz de provocar reações químicas no ser humano. Quem nunca sentiu o coração bater mais forte quando viu a pessoa amada? E aquela sensação de “borboletas no estômago”, arrepios? Cada um pode sentir de uma forma, mas todas são sintomas de amor. O sentimento mais genuíno, bondoso e leve.
Ninguém sofre de amor, mas sim da falta dele. O amor não dói. O amor flui. O amor compõe e não subtrai. O amor iguala, traz alegria e fica ainda mais forte quando se ama e é amado. O amor completa e preenche. Mas para ele existir mesmo, é preciso antes de tudo se amar. Depois, ame seu companheiro/a, seus pais, seus filhos, seus amigos, sua casa e tudo que você conquistou. Cada um será um amor e nenhum é maior ou melhor que o outro. O amor não se compara, não se mede e nem se coloca na balança. Se até agora os grandes intelectuais, pesquisadores e estudiosos não chegaram a uma conclusão, nem vou tentar. Parei por aqui, apenas direi: permita-se viver, sentir e amar.
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