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O cristão e as eleições de 2022: O que isso tem a ver comigo?

Argenor Duque. - Imagem: Reprodução | Redes Sociais
Argenor Duque. - Imagem: Reprodução | Redes Sociais
Agenor Duque

por Agenor Duque

Publicado em 26/09/2022, às 14h02


Em tempos de campanha eleitoral no Brasil, os ânimos continuam acirrados e nos últimos dias que antecedem ao pleito, o clima se intensificou ainda mais, já que os candidatos, em sua maioria esmagadora, seguem utilizando-se de quaisquer meios para conquistar o voto do eleitor.

Esta é uma semana decisiva. É a hora da verdade. E o cristão não pode simplesmente decidir não se envolver, deixar para lá. É necessário que, a exemplo da rainha Ester ― personagem da Bíblia que defendeu seu povo, mesmo sob risco de perder a própria vida ― nos posicionemos, votando com responsabilidade, pois a falta de posicionamento assertivo de hoje terá consequências terríveis amanhã, quando a sociedade cristã tiver de se deparar com um governante cuja vida, carreira e missão estão na direção totalmente oposta a tudo o que ele acredita como discípulo de Jesus neste mundo.

Tem-se ouvido, em especial nas redes sociais, discursos como:

  • Deus está no controle de todas as coisas e se manterá lá;
  • Nenhum resultado das eleições impedirá que o propósito de Deus se cumpra;
  • A esperança do cristão não está neste ou naquele governante;
  • Governos nunca resolverão os problemas do país em sua totalidade;
  • Nenhum candidato representa a totalidade do que significa justiça nem é capaz de suprir a todas as necessidades de uma sociedade;
  • Nós, cristãos, não pertencemos a este mundo, mas ao Reino de Deus, e estamos aqui só de passagem.

Obviamente que essas afirmações são verdadeiras; contudo, acreditar dessa forma não isenta quaisquer cidadãos da responsabilidade que lhe foi dada com a aquisição do direito de votar; não significa também que possa votar sem a devida reflexão a respeito da importância deste ato para esta e as futuras gerações. O fato de lavar as mãos, repetindo a ação de Herodes quando “entregou” Jesus para ser crucificado, não isentará ninguém de ter as mãos manchadas, e o sangueda irresponsabilidade, leviandade e do que foge ao seu papel e incumbência não se desprende facilmente das mãos dos que protagonizam atos de forma leviana.

Votar é dar a um candidato o poder de, quando eleito, lhe representar, e aqui está a razão de ser tão importante votar com alto nível de responsabilidade; os cristãos, especialmente, devemos fazê-lo também em oração e submetendo-se ao Senhor.

O dia das eleições está chegando, mas ainda não é tarde demais para assumir posicionamento correto. Ainda dá tempo de preparar-se para votar com responsabilidade, o que pode ser feito com ações que demandam investimento de algum tempo, mas que são bem simples:

  • Busque conhecer a respeito do partido, do candidato e de quem ele apoia;
  • Informe-se sobre suas propostas, se elas violam, de alguma forma, aquilo em que você acredita;
  • Investigue tanto quanto possível se o candidato é íntegro, honesto;
  • Busque informações que deem conta de informar se ele defende os mesmos valores e princípios que você defende.

Se assim não proceder, pode incorrer no erro de aprovar representantes que defendem o que você repudia e que, quando eleitos, defenderão causas que estão em desacordo com aquilo em que você acredita.

Esta é uma semana decisiva. É agora a hora. Não se deixe enganar por palavras doces, bajuladoras ou que demonstram uma falsa revolta. Seja de forma velada ou escancarada há candidatos que:

  • rejeitam a fé judaico-cristã;
  • defendem o aborto e a descriminalização das drogas;
  • apoiam a imoralidade em suas mais diversas variedades;
  • depreciam e desvalorizam a família concebida por Deus;
  • defendem a ideologia de gênero;
  • apoiam a dissolução do casamento, o poliamor, relação aberta etc.;
  • denigrem a figura do homem etc.

Votar não é somente apertar uma tecla numa urna eletrônica ou anotar o número de um candidato numa cédula de papel e depositá-la em uma urna. Votar é colocar alguém no comando da nação, investido do poder delegado a ele por você; e a partir do ato de votar, não há mais como voltar atrás nem adiantará de nada reclamar e/ou discordar das iniciativas e ações deste indivíduo, pois a oportunidade de fazer a coisa certa do jeito certo terá passado.

Antes de votar, pergunte a você mesmo: Quem é este candidato? A que partido ele pertence e o que esse partido defende? Quais as pautas defendidas por ele? Em que causas está envolvido? Quais os seus valores e sob que princípios se conduz na vida? Será alguém que trabalhará para incluir leis que visam à desconstrução dos valores e princípios que eu tanto prezo?

Votar conscientemente é valorizar o seu voto, depositando-o em alguém que melhor poderá representá-lo e cujas ideias representam melhor seus valores e princípios. Portanto, não seja leviano nem simplista ao votar. Vote consciente! Vote com conhecimento.

Esta é a hora! Você e eu estamos sendo chamados à responsabilidade. Estamos numa guerra em que valores e princípios estão em perigo de serem violados. Esta é sua vez. É a sua hora de defender aquilo em que acredita como filho e filha de Deus.

Escolha com sabedoria. Não negocie aquilo em que você acredita.

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