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COLUNA

Tarcísio: excelente gestor, porém com visão alienada sobre a democracia e omisso diante do domínio ideológico da esquerda

Tarcísio de Freitas. - Imagem: Divulgação/Cleiby Trevisan
Tarcísio de Freitas. - Imagem: Divulgação/Cleiby Trevisan
Agenor Duque

por Agenor Duque

Publicado em 14/07/2023, às 08h33


No recente cenário político, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, tem se destacado por suas atitudes controversas, que levantam questionamentos sobre sua verdadeira posição ideológica e compromisso com os valores que os conservadores esperavam dele. Sob o pretexto de um discurso moderado e diplomático, Tarcísio tem endossado políticas que podem ser prejudiciais à população em geral.

Exemplo disso foi seu apoio incondicional à reforma tributária, a qual centraliza recursos no governo federal e penaliza municípios, deixando-os à mercê do Estado e de deputados ávidos por barganhas. Tarcísio incentivou seu partido a apoiar veementemente uma reforma que sobrecarrega ainda mais o contribuinte e prejudica a qualidade de vida da população. Suas motivações podem estar relacionadas à busca de mais recursos para São Paulo e à manutenção de uma imagem política mais “amigável” com o atual governo.

No fim de junho, Tarcísio aceitou o convite do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, para participar de um fórum em Portugal. Em seu discurso, não poupou elogios ao STF, afirmando que “ a democracia brasileira é forte, é vibrante (...) e a gente não tem grandes riscos”. Tais declarações surpreendem e muito, pois divergem da realidade de censura, prisões e perseguições perpetradas aos opositores do governo do ex-presidiário. No entanto, Tarcísio parece desconhecer ou minimizar a natureza ardilosa da esquerda, que não busca diálogo nem aliança com adversários, mas sim sua domesticação para servirem como massa de manobra em seus planos ou, sua eliminação. E a cada pequeno desacordo interno na direita, a esquerda aproveita para colocar “fogo no parquinho” e avançar com seu projeto de poder totalitário.

O eleitorado da direita conservadora não gostou nem um pouco ao ver Tarcísio ao lado de Fernando Haddad e na contramão dos interesses daqueles que o elegeram, bem como sua indiferença para com os abusos promovidos pela comunidade LGBT, que sexualizam crianças, profanam símbolos cristãos em eventos públicos e financiados pelo Estado. Além disso, permite que meios de comunicação estatais como a TV Cultura, sejam controlados por grupos de jornalistas progressistas, os mesmos que apoiaram a libertação de Lula e a inelegibilidade de Jair Bolsonaro.

Mas, por que Tarcísio é tão omisso em relação às pautas ideológicas fundamentais para a direita conservadora, enquanto se concentra exclusivamente em sua excelente gestão? Talvez ele esteja reproduzindo o pragmatismo e o positivismo que permeou o governo militar na década de 70, preocupado apenas com o exercício do poder e a gestão econômica do país enquanto a esquerda implementava, de maneira sorrateira, o projeto Gramsciano, que visa infiltrar-se nas escolas, igrejas, universidades, museus, atividades artísticas e culturais, controlar os meios de comunicação para moldar a opinião pública e criar uma militância marxista que persegue, censura e atormenta os conservadores até hoje.

E nenhuma gestão técnica, por melhor que seja, é capaz de conter a força de uma militância que domina ideologicamente os meios de comunicação em massa, a classe artística e as instituições acadêmicas, impondo ideias comunistas, socialistas e progressistas na mente dos jovens e formando gerações de políticos que tomarão o poder, não por meio das urnas, mas pelo controle absoluto. O professor Olavo de Carvalho já nos alertava sobre isso há décadas! Portanto, conservadores, estejamos atentos.

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