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Das duas uma: ou é cristão ou é comunista

Luiz Inácio Lula da Silva e Papa Francisco. - Imagem: Divulgação / Instituto Lula
Luiz Inácio Lula da Silva e Papa Francisco. - Imagem: Divulgação / Instituto Lula
Agenor Duque

por Agenor Duque

Publicado em 04/04/2023, às 14h43


O papa Francisco não engana a mais ninguém. Não é de hoje que o pontífice vem fazendo afirmações “lacradoras”, descabidas e escandalosas. A última delas foi declarar-se comunista, e pior, afirmar que Jesus também era.

O religioso faz uma interpretação equivocada da passagem bíblica registrada no evangelho de Mateus 25. Declarar-se comunista já seria suficientemente absurdo a um pontífice, mas aproximar os atos de misericórdia mencionados na Bíblia Sagrada do comunismo é, no mínimo, negar tudo o que a História afirma a respeito do comunismo, reduzindo-o ao que a propaganda afirma.

O que assombra é que há anos, regimes comunistas perseguem cristãos no mundo todo. Na China, desde 1949, com a criação da República Popular da China, toda religião que exigisse a lealdade dos fiéis a outro que não ao Estado eram combatidas de forma violenta; muitos missionários cristãos fugiram do país.

De 2021 para cá, o país está no Top20 na lista de perseguição. No centro-leste chinês, autoridades removeram cruzes e fecharam escolas pertencentes à igreja e muitos líderes cristãos foram descobertos, presos e condenados, como aconteceu ao pastor Wang Yi, em 2020.

Na extinta União Soviética, estima-se que de 12 a 20 milhões de opositores do sistema comunista foram executados, dentre eles milhares de cristãos. Na Tchecoslováquia, o governo comunista de Praga empreendeu tentativas de destruir toda religião organizada no país. Na República Democrática Alemã, o governo comunista promoveu o ateísmo estatal.

A exemplo da questão em torno da possibilidade de ser cristã e feminista, a declaração do papa Francisco suscita a uma questão cuja resposta é fácil: É possível que um cristão seja também comunista? A começar pelos pilares teorizados por Marx e Friedrich Engels, a resposta é um claro e sonoro n-ã-o!! Vejamos:

1) O materialismo filosófico não existe qualquer aspecto sobrenatural; tudo é material e um acontecimento divino nunca existiu.

2) O aniquilamento dos preceitos burgueses que regem a sociedade. Numa referência a condenar e extinguir, principalmente, a família e a religião.

3) A amoralidade. Não existem preceitos morais. Moral, para ele, era tudo aquilo que contribuía para a revolução, mesmo que fosse executar uma família, ato que se tornaria moral se ajudasse a revolução a aproximar-se do mundo comunista.

4) O hedonismo: busca exagerada pelo prazer, o que é condenado na Bíblia, já que nosso prazer deve estar em Deus e provir dele. O relativismo: nele não há verdade absoluta, tudo é relativo. A Bíblia declara que Jesus é A ÚNICA VERDADE.

Com isso, vê-se que a declaração do papa se torna ainda mais escandalosa, já que cristianismo e comunismo não tem como viver harmonicamente. Então o papa Francisco tem de decidir-se, pois ou ele é cristão – como se espera de um pontífice –  ou é comunista. Não dá para ser os dois.

Apesar de ter declarado ser comunista, isso seria incompatível com a religião cristã da qual ele é autoridade máxima. Declarar-se comunista, sendo católico, e consequentemente, cristão é absolutamente incompatível.

Das duas uma: Ou o papa não sabe o que significa ser cristão ou ele não sabe o que é ser comunista. E, com certeza, ele sabe muito bem, pelo menos na teoria, o que ambos os termos significam.

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