Sete meses após registrar a 1ª morte por Covid-19, Araraquara (SP) encerra o mês de outubro acumulando 64 óbitos causados pela doença, 17 deles registrados
Redação Publicado em 31/10/2020, às 00h00 - Atualizado às 10h29
Sete meses após registrar a 1ª morte por Covid-19, Araraquara (SP) encerra o mês de outubro acumulando 64 óbitos causados pela doença, 17 deles registrados neste mês, que manteve o mesmo número do mês passado (veja gráfico).
Por outro lado, a taxa de ocupação de leitos tem caído e o município vem apresentando diminuição do número de internados. Mesmo assim, a prefeitura não pretende desmontar o hospital de campanha, instalado em abril e que atendeu 463 pacientes até 28 de outubro.
De acordo com a secretária de Saúde, Eliana Honain, o município não irá mexer na estrutura montada para o combate ao Covid-19.
“Não vamos fechar nada. Isso oscila muito e como o Heab [Hospital Estadual de Américo Brasiliense] deixou a ser a primeira referência em Covid- 19, não há programação para a gente fechar nenhum dos nossos serviços”, afirmou.
Por determinação do estado, no final de outubro, o Heab deixou de atender apenas pacientes com Covid-19 e voltou a atender as outras patologias.
Neste mês, a tenda de triagem que funcionava na Igreja foi fechada porque a igreja iria retomar os serviços religiosos. A prefeitura disse que irá reabrir o pronto-socorro do bairro Melhado na primeira quinzena de novembro.
Foram registradas 17 mortes por Covid-19 em Araraquara em outubro, 12 delas em 11 dias. De acordo com Eliana, alguns desses pacientes estavam internados em estado grave há muito tempo.
“Nós tivemos óbitos de pacientes internados desde agosto. Tinha um grande número de pacientes graves internados”, afirmou.
Araraquara registrou a primeira morte por Covid-19 em 31 de março e vinha registrando número baixo de óbitos ao longo dos meses, mas bateu recordes nos últimos dois meses e diferente das outras cidades da região, registrou um pico tardio de óbitos.
Em setembro e outubro, foram registrados 53% dos óbitos ocorridos por Covid desde o início da pandemia.
Ainda segundo a secretária, o protocolo adotado em Araraquara é que qualquer paciente que chegue a uma unidade de saúde, pública ou privada, e vá a óbito em menos de 24 horas, ele é testado para Covid, mesmo que não nenhuma suspeita.
“Tudo que chega e não tem uma causa definida a gente testa coronavírus. Isso não é todo município que faz, são pouquíssimos que fazem. E umas três mortes deste mês foram decorrentes deste sistema”, disse.
O município é líder de casos na região. Uma das explicações é que a Secretaria de Saúde não parou de testar. Nos sete meses de pandemia foram realizados cerca de 39,6 mil testes, o que significa que quase 16,6% da população já foi testada em algum momento.
Segundo a secretária, até o final do ano o trabalho deve continuar. “O número de casos tem se mantido. Tem estabilidade, mas tem transmissão. A gente continua testando a população, não vai diminuir a testagem nem dos sintomáticos nem dos assintomáticos”, afirmou.
Muita gente se surpreendeu por Araraquara não estar incluída na lista de regiões que foram para a fase verde na última flexibilização do Plano SP, anunciada no início de outubro.
Segundo a secretária, pesou o número recente de óbitos, mas ela não se preocupa por ficar na fase amarela, pelo contrário. “Eu achei ótimo porque é muita flexibilização, é mais risco de contaminação”, afirmou.
A preocupação da secretária é justamente com a flexibilização, mais precisamente, com a reação da população. “Quanto mais a gente vai progredindo, mais elas vão relaxando.”
Essa preocupação se agrava com a chegada do final do ano e com ele a movimentação do comércio com a Black Friday e compras de Natal e as confraternizações.
“O desafio é manter baixa a transmissão. Depende da população, a estrutura está montada, não vai alterar nada, não vamos alterar o número de exames, mas me preocupa a taxa de transmissão pela conscientização da população que está relaxando. É preciso pedir para as pessoas manter distanciamento, usar a máscara em todos os lugares e tomar cuidado com esses encontros. Algumas coisas voltaram, mas não ao normal”, disse.
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Por G1
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