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Com doações em queda, moradores que buscam por cesta básica ou marmita enfrentam filas e longa espera em SP

Em Paraisópolis, na Zona Sul, moradores da comunidade chegam com duas horas de antecedência para conseguir uma marmita e ter a única refeição reforçada do dia. Doações de alimentos caíram até 90% na comunidade.
A busca por uma cesta básica ou marmita entre os que mais precisam em São Paulo tem virado uma saga em várias comunidades da cidade.
Neste momento em que as atividades aos poucos vão voltando ao normal, a solidariedade parece estar sendo esquecida e grupos de voluntários dizem que as doações caíram, mesmo com muita gente passando fome.
Em Paraisópolis, na Zona Sul, a manhã desta sexta-feira (3) foi justamente de busca por uma cesta básica ou marmita.
Sem emprego, a solução para Domingos Modesto foi a cesta básica que recebeu do grupo g10 favelas, que atende a comunidade. Ele chegou cedinho pra não perder.
“Tem outras despesas, conta de água, conta de luz, remédio… aí por isso eu procuro aqui pra ver se consigo uma cesta”, disse ele.
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Moradora de Paraisópolis mostra panela vazia durante protesto em São Paulo nesta segunda-feira (5) — Foto: André Penner/AP Photo
A aposentada Valdir Carneiro da Silva também não consegue mais o suficiente para alimentar a família. o salário mínimo de aposentada não dá mais para ela e pro filho, que está sem trabalho.
“A comida tá cara, carne a gente não come mais, frango que a gente comia não tá dando mais pra comer. As vezes tem arroz e feijão mesmo, quando tem. Porque muitas das vezes eu passo vergonha se chegar alguém, for na minha casa pegar alguma coisa na geladeira, eu passo vergonha”, afirmou
As cestas básicas que os dois receberam foram doadas para a entidade G10 favelas, que repassou para os moradores da comunidade. foram mil cestas que chegaram nesta sexta-feira (3). Um alívio em um momento em que as doações vêm caindo.
Exemplo disso são as marmitas distribuídas pelos voluntários do grupo ‘Mãos de Maria’. No início da pandemia, eles faziam até 10 mil refeições por dia. Atualmente esse número não chega a mil.
“Tem uma coisa que é triste é que tem dia que a marmita acaba e a fila continua. Então a gente sabe que a gente tá fazendo o que é possível, mas hoje o possível não supre a necessidade de todas as pessoas que estão passando fome na nossa comunidade”, afirmou a fundadora do grupo, Juliana da Costa Gomes.

Famílias passam fome em São Paulo
Na quinta-feira (2), a fila de espera para receber as marmitas da entidade estava enorme e pelo menos cem pessoas ficaram sem almoçar.
Para não perder a marmita dela e do marido, Delisfá Maria de Jesus chegou antes das dez da manhã. Duas horas de espera para garantir a melhor refeição do dia.
“Toda comida é boa, não tem comida ruim. Eu já comi farinha com água no Nordeste. E aqui acho tudo. Como é que é ruim?”, disse ela.
O cardápio que tanto agrada a aposentada tem muito mais do que comida.
“A marmita ela tem arroz, feijão, bisteca, um mix de legumes, tem muito amor, tem muito carinho, e tem uma mensagem muito maior que é de esperança. De que a gente tá junto, apesar de não estar tão próximo, mas que a gente tá junto pra proteger a nossa comunidade’, afirmou Juliana Gomes.
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