Coluna - De Olho No Poder

As digitais de Bolsonaro estão por toda a cena do "crime" do golpe

No início das investigações pouca gente botava fé no enquadramento do ex-presidente pela PF

No início das investigações pouca gente botava fé no enquadramento do ex-presidente pela PF - Imagem: reprodução Fotos Públicas

Jair Viana Publicado em 10/02/2024, às 13h25

DIGITAIS I – No início das investigações pouca gente botava fé no enquadramento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pela PF. Pois é, não era bem assim. As digitais do rapaz estão por toda a cena do “crime” do golpe.

DIGITAIS II – Ao abrir a “caixa preta” do que se convencionou chamar de governo do Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid, seu homem de extrema confiança, deu numa grande contribuição ao país. Ele entregou o vídeo de uma reunião onde Bolsonaro escancara sua sede pelo golpe de Estado.

DIGITAIS III – No vídeo, Bolsonaro dá sugestões para o que general Augusto Heleno não falasse tão abertamente sobre o plano. Ele ainda sugere mudanças no texto da famosa “minuta do golpe”, por acaso encontrada na casa do ex-ministro da Justiça, Anderson Torres.

CAGADA – Pelo menos no vídeo tem um trecho da fala do Bolsonaro que ele fala a verdade nua e crua. Ele diz, em outras palavras, que sua eleição em 2018 foi “uma cagada”. E, na sequência ele “profetiza:” não vai ter outra cagada”. Não teve mesmo, pois a diarreia mental de alguns brasileiros foi curada. Bolsonaro tentou se limpar dizendo que ele foi “uma cagada do bem”.

JOKE – A fala de Bolsonaro neste vídeo que viralizou, confesso me fez lembrar do maior sucesso do Bee Gees: I Started a Joke. A diferença está naquilo que Barry Gibb decobre de si e naquilo que Bolsonaro confessa ser. Se o próprio Bolsonaro diz ser a “cagada” de 2018 nas urnas, quem poderia contestá-lo. Não há necessidade de coprocultura.

VERGONHA – As revelações das últimas horas são de deixar ruborizada qualquer pessoa com mínimo de pudor. O esquema para dar o golpe era tão real, tão desejado, que havia data para tudo, inclusive para prender o ministro Alexandre de Moraes, da Suprema Corte.

CORAJOSO – O ministro Alexandre de Moraes pode ser criticado por uma série de decisões que tomou desde sua posse no Supremo Tribunal Federal. Não se aplica a ele a pecha de perseguidor. Moraes tem muito corajoso, pois o Brasil não esteve nas mãos políticos nos últimos quatro anos. Para lidar com essa gente, acredite, só mesmo alguém com muita coragem.

ALEXANDRE DE MORAES SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL Jair Bolsonaro (PL) ex-ministro da Justiça Anderson Torres tenente-coronel Mauro Cid

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