O caso foi relatado pelo repórter na última terça-feira (22)
Thais Bueno Publicado em 23/11/2022, às 17h56
A Copa do Mundo de 2022 no Catar teve início e, junto com ela, vieram as polêmicas. Dessa vez, o caso começou por conta de uma confusão nada agradável perto da entrada de um dos estádios construídos no país para o torneio.
O jornalista Victor Pereira, de 28 anos de idade, publicou nas redes sociais na última terça-feira (22) revelando que tinha sido abordado por pessoas que se diziam policiais no Catar.
O motivo absurdo foi que eles confundiram a bandeira do estado de Pernambuco com a da causa LGBTQIAP+, que é proibida no país do Oriente Médio.
De acordo com seu próprio relato, as autoridades pegaram o celular dele depois que ele começou a gravar a abordagem. Eles teriam ordenado que Victor apagasse o vídeo para que tivesse seu aparelho de volta. Contudo, por sorte, outras pessoas também filmaram o incidente.
"Pessoal, estou nervoso aqui. Estou tremendo, de fato, porque a gente estava com a bandeira de Pernambuco. Estou aqui com alguns voluntários. Fui atacado por alguns integrantes aqui do Catar e policiais. Eles vieram pra cima das meninas achando que era uma bandeira LGBT, mas na verdade é apenas a bandeira de Pernambuco".
"Fui filmar e eles pegaram meu telefone e só devolveram me obrigando a deletar o vídeo que eu fiz. Só consegui meu celular de volta porque deletei o vídeo que eu fiz. Isso é um absurdo porque a gente tem a autorização da Fifa para filmar tudo no estádio", explicou.
Ainda segundo o repórter, eles teriam jogado a bandeira de Pernambuco no chão e ficaram pisando nela. Ele revelou que a situação se acalmou quando outras pessoas chegaram ao local.
"Chegaram a pegar a bandeira de Pernambuco, jogaram no chão e pisaram. Quando algumas pessoas intervieram e amenizaram a situação".
Confira o relato:
Fomos abordados por conta da bandeira de Pernambuco, que tem um arco-íris e acharam que era a bandeira LGBT. Tomaram o meu celular e só me devolveram quando deletei o vídeo que tinha. pic.twitter.com/7X2oal8bq1
— Victor Pereira (@ovictorpereira) November 22, 2022
Chegaram a pegar a bandeira de Pernambuco, jogaram no chão e pisaram. Quando algumas pessoas intervieram e amenizaram a situação.
— Victor Pereira (@ovictorpereira) November 22, 2022
O vídeo em que eu registro o que fizeram com a bandeira fui OBRIGADO a deletar! pic.twitter.com/WUti5vyL9D
Durante entrevista para o Jornal Nacional, Pereira deu mais detalhes sobre o acontecimento:
"A bandeira de Pernambuco tem aquele arco-íris. Ele pegou a bandeira da mão da menina, jogou no chão e estava pisando em cima. Minha reação na hora foi pegar o celular e filmar aquilo e ai quando eles viram que eu estava gravando e vieram para cima de mim. Um deles tirou o celular da minha mão".
"O problema passou a ser o meu celular porque ele tinha o registro da pessoal pisando na bandeira de Pernambuco. E ai foi a confusão gerada em torno disso".
Kevin Maciel, que também é jornalista, confessou que eles conseguiram pegar a bandeira de volta: "Não permitimos que tomassem nossa bandeira. Está aqui com a gente, conseguimos recuperar. Mas foi uma situação de muito constrangimento", pontuou em seu Twitter.
A FIFA já recebeu diversas críticas por decidir colocar o Catar como sede da Copa do Mundo de 2022. Muito antes da decisão ser anunciada, o país foi detonado pelas pessoas por seu histórico de desrespeito aos direitos humanos, incluindo o tratamento não só aos trabalhadores migrantes, mas também às mulheres e à população LGBTQIA+.
Para quem não sabe, é ilegal ser homossexual no país do Oriente Médio.
A Fifa revelou que irá investigar o ocorrido.