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A candidatura do Novo em São Paulo e o cheiro da “velha política”

Causou revolta dentro do partido Novo em São Paulo uma recente declaração do pré-candidato da legenda à prefeitura da capital paulista, o empresário Filipe

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Redação Publicado em 09/08/2020, às 00h00 - Atualizado às 22h24


Pré-candidato disse que gestão do combate ao novo coronavírus do presidente Jair Bolsonaro é melhor que a de João Doria

Causou revolta dentro do partido Novo em São Paulo uma recente declaração do pré-candidato da legenda à prefeitura da capital paulista, o empresário Filipe Sabará (foto), sobre o governo de Jair Bolsonaro .

Ex-assessor de João Doria tanto na prefeitura quanto no governo de São Paulo, Sabará afirmou em entrevistas que o presidente se saiu melhor do que o governador paulista na gestão da pandemia do novo coronavírus.

A fala desencadeou uma série de críticas entre os filiados do Novo, em especial, aqueles que sairão candidatos a vereador na eleição de novembro. Viram no discurso do postulante a prefeito uma retórica oportunista para tentar se descolar do PSDB, que tem como candidato o prefeito Bruno Covas, e obter votos de eleitores bolsonaristas, que abominam os tucanos.

Os descontentes do Novo pediram uma retratação de Sabará e pressionaram pela substituição da candidatura do empresário, que foi aprovado em um processo seletivo da legenda com 77 candidatos em novembro do ano passado. A pressão, até agora, não surtiu efeito.

Para uma ala do partido, há uma motivação nada republicana e que contraria os princípios defendidos pelo Novo por trás da manutenção da candidatura de Sabará. Ele estaria sendo blindado pelo presidente municipal da legenda, Julio Rodrigues, porque empregou a mulher do dirigente no governo Doria, quando foi secretário-executivo do Fundo de Assistência Social, no ano passado.

Crusoé , Rodrigues disse que sua mulher foi convidada por Sabará para trabalhar no governo Doria pela sua qualificação profissional no início de 2019, quando o empresário ainda não era pré-candidato. “Não tinha como haver qualquer troca. Essa é uma acusação completamente infundada”, disse Rodrigues.

Para o dirigente, Sabará “não feriu nenhum princípio ou valor do Novo” por causa do elogio feito à condução da pandemia pelo presidente Jair Bolsonaro. “Não tem porquê fazer nenhuma calibragem no discurso”, completou.

Embora o dirigente municipal não veja problemas, o Diretório Nacional do Novo começou a se movimentar na última semana diante das queixas crescentes em relação ao assunto. A alta cúpula da sigla não descarta negar legenda a Sabará e vetar sua candidatura à prefeitura de São Paulo.

Crusoé

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