Intitulado 'Virada do Pertencimento', o evento, que acontece neste sábado (28) e domingo (29), promete ser mais democrático, ao levar grandes atrações para regiões periféricas da cidade.
Redação Publicado em 27/05/2022, às 00h00 - Atualizado às 09h20
Depois de dois anos de hiato por causa da pandemia, a Virada Cultural deste ano será descentralizada, com grande parte dos shows mais aguardados fora do Centro da cidade, local que tradicionalmente recebia os principais palcos, mas que agora enfrenta o aumento de roubos com a dispersão da Cracolândia.
Intitulado Virada do Pertencimento, o evento, que acontece neste sábado (28) e domingo (29), promete ser mais democrático, ao levar grandes atrações para regiões periféricas de São Paulo.
Outra mudança é que a programação será mais enxuta: serão 300 apresentações em 96 endereços (cinco palcos, 63 equipamentos culturais municipais, 8 teatros e 11 bibliotecas). A expectativa é que as atrações reúnam 2 milhões de pessoas.
Em 2019, foram 1.200 apresentações em mais de 250 pontos de São Paulo, e o público estimado foi de 5 milhões de pessoas.
Tradicionalmente, a Virada tinha programação em centros culturais e palcos menores fora da região central, e os principais shows ficavam em vários pontos do Centro, como República, Santa Cecília, Vale do Anhagabaú, Sé, e era possível percorrer diversos palcos a pé. Neste ano, no entanto, na região central o evento ficará concentrado apenas próximo ao Vale do Anhangabaú.
Entre as principais atrações deste ano estão Ludmilla, Criolo, Kevinho, Maestro João Carlos Martins, Barões da Pisadinha e Luísa Sonza.
Segundo a prefeitura, esta edição foi pensada para fortalecer a periferia e os equipamentos públicos da capital, visando levar as principais atrações para a população que reside mais distante do Centro.
No entanto, os números de violência na cidade aumentaram consideravelmente no primeiro trimestre e, além disso, a Cracolândia se espalhou por diversos pontos do centro histórico, após seguidas operações da Polícia Civil, que argumenta que, com a dispersão, é mais fácil prender traficantes e convencer os usuários a se tratar. Já os moradores da região reclamam do aumento da sensação de insegurança, com comércios depredados e roubos.
De acordo com a Secretaria de Segurança Pública (SSP), os furtos aumentaram em 36,7% na capital, se comparado a 2021, chegando a 53.200 casos, o que representa 24 crimes deste tipo a cada hora na cidade. Em 2020, foram 58.331 casos, e em 2019, 60.431.
Os números de latrocínios, que é o roubo seguido de morte, também vêm subindo em São Paulo. Em 2020, foram 46 registros: na média, 11,5 a cada trimestre. Em 2021, 53: média de pouco mais de 13. Entre janeiro e março deste ano, já foram 17.
Na Santa Cecília, bairro central, os roubos cresceram 137% no mês de abril em relação ao mesmo período do ano passado. Na comparação com abril de 2019, antes da pandemia, o aumento foi de 24,5%.
A Polícia Militar vai reforçar a segurança da cidade durante a Virada, por meio de ações integradas com as equipes da CET, de socorristas e brigadistas, da GCM, dos organizadores do evento e da prefeitura, segundo a corporação.
A PM não informou, no entanto, quantos agentes estão sendo escalados para garantir a segurança do público do evento.
Em 2019, foram mais de 5 mil oficiais tanto no sábado quanto no domingo. Além de três postos policiais centrais, no Vale do Anhangabaú, na Praça Roosevelt e na sede do Copom, no Bom Retiro.
Neste ano, a PM disse apenas que “desenvolveu um detalhado planejamento junto às unidades subordinadas que receberão os palcos e as atividades atinentes ao evento para garantir a segurança dos participantes”.
Como esta edição é descentralizada, “para todos os shows foram dimensionados policiamento, considerando as características e peculiaridades de cada uma das apresentações e regiões”, segue a nota.
Ainda segundo a Secretaria da Segurança, além das ações do policiamento a pé e motorizada, o evento contará com Bases de Policiamento Comunitário, instalações físicas, emprego do efetivo da Operação Sufoco nos pontos com maior concentração de público, além do apoio do Comando de Trânsito, Comando de Policiamento de Choque e Comando de Aviação.
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